A Polícia Civil desarticulou na manhã desta quarta-feira (25) um grupo criminoso suspeito de aplicar o golpe dos nudes em vítimas da região metropolitana de Porto Alegre. Ao todo, sete mandados de prisão foram cumpridos, quatro deles contra pessoas que já estavam dentro de presídios e comandavam as ações.
Quatro homens estavam no presídio de Venâncio Aires. Em Candelária, os agentes prenderam um homem e duas mulheres. Além dos mandados de prisão, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas duas cidades e em Vale Verde, no Vale do Rio Pardo.
Foram apreendidos 15 telefones celulares, três facas artesanais, munições, colete à prova de balas e porções de maconha e cocaína. Dentro de uma das celas, na penitenciária de Venâncio Aires, foi encontrada uma cartilha com todo o script do golpe.
A investigação iniciou a partir da morte de um homem em Esteio, que teria contraído dívidas ao pagar R$ 25 mil aos criminosos que diziam ser do Poder Judiciário. Durante um mês, ele foi extorquido por ter trocado mensagens com uma pessoa que supostamente seria menor de idade. Acreditando que os criminosos eram autoridades e para não ser preso, ele começou a efetuar pagamentos. A vítima do golpe cometeu suicídio em setembro do ano passado.
No dia seguinte à morte, a filha da vítima fez um boletim de ocorrência informando que o pai estava sendo vítima de extorsão. Policiais encontraram mensagens suspeitas no aparelho telefônico do pai, que estava escondido em uma gaveta do armário, e diversos comprovantes de transações bancárias em nome de duas mulheres, que integram o grupo criminoso.
A Polícia Civil identificou que o grupo procura um perfil de vítima bem delimitado. Via de regra, homens em torno de 50 anos e sem antecedentes criminais. O delegado Gabriel Lourenço, da delegacia de Esteio, ressalta que muitas vítimas, por vergonha de estarem envolvidas em uma situação constrangedora, não buscam as autoridades.
— A orientação é não efetuar nenhum tipo de pagamento, não responder as mensagens, bloquear os contatos e procurar a Polícia Civil. O registro de ocorrência pode ser feito de forma online ou em qualquer delegacia — informa o delegado.
A Polícia Civil ainda faz um levantamento de quantas pessoas foram vítimas do grupo. A investigação prossegue na busca de mais integrantes da quadrilha.