Buscando um desfecho para o sumiço da advogada Luciana Faleiro Heinze, que desapareceu no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, em setembro de 2021, aos 47 anos, a Polícia Civil deve ouvir três pessoas na próxima semana. O objetivo é verificar se os novos personagens sabem de algum elemento que possa levar até a localização da advogada ou que indique se houve algum crime contra a vida dela. A identidade das testemunhas e o envolvimento delas no caso são mantidos em sigilo, sob justificativa de não prejudicar a investigação.
Segundo a Delegacia de Investigação de Pessoas Desaparecidas (Dpid) da Capital, 28 pessoas já foram ouvidas no caso. Além das oitivas, pedidos judiciais e de quebra de sigilos estão em andamento.
— As investigações prosseguem. Não descartamos nenhuma linha de investigação e seguimos com diversas diligências no sentido de exaurir a investigação e elucidar o fato — afirma o delegado Thiago Lacerda, titular da Dpid.
As linhas investigativas
Atualmente, há duas principais linhas de investigação. Uma busca esclarecer se houve crime doloso contra a vida da advogada, enquanto a outra trata apenas do desaparecimento.
A partir de uma denúncia feita em dezembro de 2022, que afirmava que a advogada teria sido morta, novas pessoas passaram a ser intimidas e ouvidas pela polícia. Diligências também foram cumpridas para verificar a localização do corpo, que nunca foi encontrado.
Dessa forma, a hipótese de desaparecimento segue em aberto, assim como a de possível crime contra a vida. Segundo a polícia, é necessário que novos elementos surjam para a elucidação do sumiço.
O caso
Luciana Faleiro Heinze foi vista pela última vez na manhã de 30 de setembro de 2021, em Porto Alegre. Ela morava na Praia da Solidão, em Florianópolis (SC), e visitava a mãe, moradora da Cidade Baixa, quando desapareceu. Embora vivesse fora do Estado, a advogada mantinha diversos processos criminais tramitando em Porto Alegre.
A investigação tem imagens de Luciana saindo do prédio da mãe no final daquela manhã. Na ocasião, havia dito que pretendia ir ao fórum da Capital. A advogada também visualizou o WhatsApp às 12h27min daquele dia. Desde então, no entanto, não houve mais sinais dela.
Em novembro de 2022, dois agentes da Polícia Civil gaúcha estiveram na capital catarinense, refazendo os últimos passos de Luciana e ouvindo pessoas ligadas a ela. Apesar das diligências, não foi possível encontrar a advogada a partir das evidências coletadas em solo vizinho.
A desaparecida
Natural de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, Luciana foi inspetora da Polícia Civil. Ela pediu exoneração para viver na Europa. Depois, voltou ao Brasil e passou a atuar como advogada. Desde o início de 2021, vivia em Florianópolis, mas seguia trabalhando em Porto Alegre. Luciana teve um relacionamento e, após o término, viveu na casa de amigos. O ex-companheiro também já foi ouvido pelos policiais. Antes de desaparecer, Luciana teria perdido prazos de um cliente que estava sendo atendido por um delito criminal.
Como colaborar
Informações que ajudam na elucidação dos casos podem ser repassadas pelo WhatsApp (51) 98416-7109 ou pelo Disque Denúncia, no 181.