Após a apresentação da queda dos indicadores de criminalidade nesta quarta-feira (10), o governador Eduardo Leite comentou a investigação sobre a morte de um morador do Condomínio Princesa Isabel, no bairro Azenha, em Porto Alegre. Conforme o inquérito da Brigada Militar, Vladimir Abreu de Oliveira foi atirado da ponte do Guaíba após ser torturado e morto por policiais militares.
— O que ocorreu ali, de acordo com a apuração do inquérito policial militar, é uma atitude mais do que reprovável, é um crime que, caso tenha sido praticado, não pode ser tolerado. Há que se percorrer agora os caminhos da Justiça. O importante é mostrar justamente que a instituição, a Brigada Militar, a segurança pública não tolera crimes que sejam praticados por seus membros e que, quando abre um inquérito policial militar, vai às últimas consequências — ressaltou Eduardo Leite.
O relatório do inquérito policial militar (IPM) realizado a partir da investigação da Corregedoria-Geral da Brigada Militar indiciou, no âmbito da corporação, dois PMs por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver, um por tortura por omissão, um por prevaricação e um por omissão de socorro.
Já o inquérito da Polícia Civil ainda está em andamento. Conforme o chefe da corporação, delegado Fernando Antônio Sodré, o trabalho está na etapa final e segue a mesma linha do inquérito militar:
— O nosso inquérito está indo na mesma linha deles, com alguns detalhes técnicos que nós queremos ainda fechar, que o Departamento de Homicídios está trabalhando. Mas tão logo, provavelmente na próxima semana, eu creio que o inquérito deve ser entregue.
O diretor do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Mario Souza, explicou que a conclusão do trabalho ainda depende do resultado de perícias:
— Foram realizadas várias diligências policiais. Esse inquérito ainda aguarda alguns resultados de perícias e algumas diligências que são técnicas de ferramentas sigilosas que estão sendo utilizadas. É difícil falar em previsão, mas nós pretendemos nas próximas semanas (concluir). Depende de algumas empresas de tecnologia que estão analisando alguns dados e vão devolver à Polícia Civil.
De acordo com o delegado Mario Souza, o caso é prioridade do departamento:
— A apuração está sendo transparente e imparcial. Quem cometeu algum ato, não interessa quem for, vai ser preso e responsabilizado. Não importando se são servidores públicos ou não. Todos irão responder na medida do que fizeram.
Conforme a Polícia Civil, um dos policiais envolvidos já foi ouvido. Os depoimentos dos demais devem ser colhidos até a próxima semana.