Nesta quinta-feira (13), Tiago Gomes de Souza, 39 anos, suspeito de matar um idoso de 77 com uma "voadora" no peito, se jogou no chão e chorou durante a reconstituição da cena, pedindo desculpas. O crime aconteceu em Santos, no litoral de São Paulo, no sábado (8).
A vítima, Cesar Fine Torresi, estava de mãos dadas com o neto de 11 anos quando foi agredido. De acordo com o boletim de ocorrência, Tiago dirigia e freou bruscamente, quando o idoso apoiou as mãos sobre o capô do veículo, sem causar danos. Nesse momento, o homem saiu do carro e chutou o peito do idoso.
Cesar chegou a ser atendido pelo Samu e encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), foi intubado, teve três paradas cardíacas e não resistiu.
A reconstituição do crime contou com o advogado do suspeito, um promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e autoridades policiais. O filho da vítima também participou. Durante a simulação, três versões foram reproduzidas: do autor do crime, do neto e de um médico, testemunha que auxiliou nos primeiros socorros ao idoso.
Durante o procedimento, Tiago disse ter sofrido um ataque de fúria diante da atitude de Cesar, que o advertiu por avançar com o carro. Segundo o suspeito, houve uma discussão e a vítima e o neto seguiram caminhando. O homem disse à polícia que não percebeu se havia machucado ou não o idoso quando avançou com o veículo. O neto nega a discussão.
Dezenas de pessoas acompanharam o procedimento e pediram por justiça. Em entrevista ao g1, a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3º Distrito Policial de Santos, disse que foi um trabalho tenso, mas que foi um sucesso.
A delegada também afirmou que a reconstituição serviu para esclarecer incoerências nos depoimentos. Segundo Liliane, o suspeito disse sofrer de transtornos psicológicos e que, mesmo com tratamento com medicamentos, sofreu um ataque de fúria.
O que diz a defesa
O advogado Eugênio Malavasi, que faz a defesa de Tiago, disse ao g1 que seu cliente reproduziu o ocorrido de acordo com o que disse em seu depoimento. De acordo com ele, o homem confessou a agressão e que faz uso de medicamentos psiquiátricos.
O advogado entrará com pedido de prisão domiciliar, em razão do problema psiquiátrico do suspeito.