Um homem de 22 anos foi preso em flagrante por estupro de vulnerável dentro de um abrigo temporário para receber vítimas das enchentes em Gravataí, na Região Metropolitana. Ele teria tentado beijar à força uma adolescente de 13 anos, dentro do abrigo montado em uma igreja.
Segundo a delegada Fernanda Generali, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o crime aconteceu na madrugada de domingo (19).
A menina teria contado ao pai que o homem de 22 anos, que também estava abrigado no local, havia a beijado contra a sua vontade. A delegada relata que, a princípio, a vítima e o suspeito não se conheciam anteriormente.
Um pastor da igreja, que atuava como voluntário, teria visto o homem tentando sair do abrigo. O religioso e um vigia que estava presente impediram a saída do suspeito até a chegada da Guarda Municipal e da Brigada Militar.
O vigia, o pastor e o pai da adolescente acompanharam o registro na Delegacia de Pronto Atendimento. Este foi o primeiro caso registrado na cidade de Gravataí de abuso sexual em abrigos para vítimas da tragédia vivida no Estado.
Segundo a delegada, não houve tentativa de consumação de ato sexual, mas, ela explica: “qualquer ato de cunho sexual contra menor de 14 anos é classificado como estupro de vulnerável.”
A adolescente não foi ouvida em delegacia ainda. Ela foi encaminhada para avaliação psíquica, que faz parte da investigação.
— Ela é ouvida por um profissional especializado acerca dos fatos, que emite ao final um laudo psicológico. Assim, a vítima é ouvida uma única vez, evitando que tenha que reviver os fatos — conta a delegada Fernanda.
Na segunda-feira (20), durante a audiência de custódia, a prisão em flagrante do suspeito foi convertida em prisão preventiva.
O nome do abrigo e dos envolvidos não serão divulgados para proteger a identidade da vítima.
Orientações para a combate à violência sexual nos abrigos
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher divulgou orientações para garantir a proteção de mulheres e meninas em abrigos.
A violência sexual é definida por qualquer ato ou tentativa de prática, comentários ou avanços de cunho sexual indesejados e não consentidos.
Orientações aos abrigos
- Criar espaços exclusivos para mulheres e meninas;
- Oferecer rondas e monitoramento feitas, preferencialmente, por profissionais ou voluntárias do sexo feminino;
- Informar sobre como denunciar casos de violência de forma clara e visível, identificando os responsáveis locais pelo recebimento de denúncias.
Em caso de violência
- Comunicar imediatamente às autoridades;
- Ouvir as denúncias feitas em espaço reservado para garantir que meninas e mulheres não sejam expostas a situações vexatórias ou discriminatórias;
- Manter as denúncias em sigilo;
- Coletar dados de identificação e de contato das testemunhas;
- Garantir que a denunciante não tenha contato com o acusado, priorizando a transferência do acusado para outro local;
- Disponibilizar psicóloga para atendimento.
Para denunciar:
Envie mensagem no WhatsApp (51) 98444-0606 ou ligue 190 ou 197.
Fonte: Deam
* Produção: Camila Mendes