Raul Roberto Plentz, 74 anos, foi encontrado sem vida dentro da própria casa, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, no sábado (20). A Polícia Civil vem concentrando esforços, desde o fim de semana, para elucidar o caso. A principal suspeita é de que o idoso tenha sofrido um latrocínio (roubo com morte), pois o celular e outros itens da vítima não estavam no local.
Seu Raul, como o aposentado costumava ser chamado no bairro rural de Lomba Grande, trabalhou boa parte da vida no Instituto Estadual Madre Benícia como orientador e supervisor escolar. Ainda fez parte da associação dos moradores do bairro.
Ele era solteiro, não tinha irmãos ou filhos. As pessoas mais próximas eram os vários primos e ex-colegas de trabalho. Rosa dos Santos, prima de Raul, o descreve como uma pessoa “maravilhosa”, de “coração gigante”.
— Estou muito revoltada. Muita revolta e tristeza. Só espero que a polícia ache quem fez esta atrocidade com ele e que a justiça seja feita — pede Rosa.
Segundo ela, assaltos e furtos são comuns no bairro, mas não com este nível de violência, que, segundo os familiares, não teve motivos, já que Raul não ofereceria risco de reagir ao assalto.
O aposentado, além da idade avançada, era debilitado devido a um problema nos rins que o obrigava a fazer sessões de hemodiálise três vezes por semana
Segundo a prima, a casa que foi cenário do crime era tratada pelo morador com muito capricho:
— Sempre bem cuidada, ele era muito organizado. A casa era um brinco, tudo limpinho.
O principal hobbie de Raul refletia sua personalidade tranquila.
— Passava seu tempo cuidando do jardim. Ele amava rosas — conta a prima.
Personalidade
Ex-aluna do Instituto Estadual Madre Benícia, Aline Knorst relata que seu Raul foi uma personalidade marcante em sua infância.
— Ele era de uma finura, de uma delicadeza — lembra Aline. — Homem corretíssimo, que dedicou sua vida ao trabalho docente e nos agraciava diariamente com uma poesia nova, que inventava na hora, um talento nato — complementa.
Rimas
Nas redes sociais, entre mensagens de pêsames e luto, familiares, ex-alunos e colegas lembram de um hábito marcante de Raul: ele costumava cumprimentar as pessoas com rimas.
Segundo pessoas próximas, “Sorria, bom dia com alegria” era a frase de efeito de Raul. Um jeito bem-humorado de lidar com os alunos.
Rosa conta que um dia antes do crime, o primo mandou a seguinte mensagem para ela, com as famosas rimas:
“Bom dia, de sol e vida, tudo é poesia neste dia.”
*Produção: Camila Mendes