Há um mês, parentes de Jéssica de Oliveira, 30 anos, buscam respostas sobre o paradeiro da mulher, que desapareceu após sair de casa, em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. Mãe de um menino de cinco anos, ela vivia com o filho e uma irmã caçula. O veículo dela foi encontrado incendiado no dia seguinte após o sumiço, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. A família acredita que a mulher tenha sido assassinada. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Segundo a família, Jéssica saiu de casa no início da tarde de 1º de fevereiro para atender a um chamado realizado por meio de um site para contratação de acompanhantes. A mulher dirigia um Polo branco, que havia adquirido havia pouco tempo. Na mesma tarde, ela chegou a realizar uma chamada de vídeo para parentes e afirmou estar na Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Um homem estaria no veículo com ela. Depois disso, nunca mais foi encontrada e nem entrou em contato com a família.
Em 2 de fevereiro, um dia após o sumiço de Jéssica, o carro dela foi localizado incendiado numa área de mata, de difícil acesso, nas margens da Rua Presidente Lucena, no bairro Primavera, também em Novo Hamburgo. Foi necessário usar uma retroescavadeira para remover o veículo do local.
Sem notícias da filha desde então, a cozinheira Rita de Cássia de Oliveira, 46 anos, acredita que Jéssica tenha sido atraída para uma emboscada e assassinada no mesmo dia.
— Não vou desistir enquanto não tiver respostas. Eu tenho direito, sou mãe. Quero saber onde está o corpo da minha filha. A minha família está sofrendo muito por causa disso — diz a mãe.
Antes de desaparecer, Jéssica já havia relatado para pessoas próximas que vinha sendo ameaçada. Um dos motivos seria o envolvimento dela com um presidiário, para quem costumava realizar visitas íntimas na cadeia.
— Ela estava sendo ameaçada de morte. Falou para um amigo que tinham ameaçado ela, o filho e a família. E ela disse “prefiro ir eu do que a minha família”. Acredito que ela se entregou por nós — relata Rita.
A polícia não informou se ouviu o preso, mas confirmou que Jéssica atuava como garota de programa e que costumava visitar detentos no sistema prisional. Uma das suspeitas é de que isso pode ter relação com o desaparecimento dela. Uma ossada foi localizada também na Lomba Grande, no dia 21 de fevereiro. No local, foi encontrado inicialmente um crânio e logo depois o restante dos restos mortais. Conforme a mãe, a família chegou a acreditar que pudesse se tratar do corpo de Jéssica, mas a informação não foi confirmada pela polícia.
— Acreditei que era ela, quando acharam. Mas não era. Só quero que encontrem o corpo da minha filha — diz a mãe.
Mãe exemplar
Natural de São Leopoldo, Jéssica é a mais velha de uma família de quatro irmãs, e cresceu no bairro Vicentina. Ali, estuou na Escola Castro Alves e no Instituto Parque do Trabalhador. Chegou a iniciar um curso técnico de enfermagem, mas não chegou a concluir, pelo custo. Antes de passar a atender como acompanhante, Jéssica trabalhou com a venda de veículos. Recentemente, adquiriu um apartamento e alugou uma casa em Sapucaia do Sul, onde vivia com o único filho.
Após o sumiço de Jéssica, o garoto está aos cuidados da família paterna. Segundo a avó, o menino pergunta pela mãe e aguarda pelo retorno dela.
— Ela tinha sonho de dar tudo de bom para o filho dela. Não deixar o filho sem bens. Era uma mãe exemplar. Muito dedicada. O filho dela está desolado. Esperando pela mãe — diz Rita.
A família registrou o desaparecimento de Jéssica ainda no dia 1º, antes de o carro dela ser encontrado incendiado. Não havia vestígios dela dentro do veículo. O caso segue sob investigação da equipe da 2ª Delegacia de Sapucaia do Sul. Segundo o delegado Gabriel Lourenço, depoimentos foram ouvidos desde então e diligências continuam sendo realizadas para elucidar o que aconteceu com Jéssica. A polícia evita divulgar detalhes sobre o andamento do caso no momento.
Colabore
Quem tiver informações que auxiliem a polícia na elucidação do caso pode entrar em contato com a Polícia Civil pelo telefone (51) 98444-0606.
Como agir em caso de desaparecimentos
- Procure a delegacia mais próxima e registre o caso imediatamente
- Leve fotos atualizadas do desaparecido na hora de registrar a ocorrência
- Esteja atento ao número do telefone que é indicado como contato da família. Quando estão nervosas, as pessoas podem informar um número antigo ou errado. Isso dificulta a investigação
- Avise amigos e familiares sobre o sumiço
- Se o desaparecido for criança, percorra os locais de preferência dela
- Saiba informar quem são os amigos da criança e com quem pode estar
- Esteja atento às roupas que a criança ou adolescente está usando e, em caso de sumiço, descreva para a polícia
- Mantenha alguém à espera no local de onde ela sumiu. É comum que ela retorne para o mesmo ponto
- Ensine as crianças, desde pequenas, a saberem dizer seu nome e nome dos pais
- Quando a pessoa desaparecida for localizada, informe a polícia
Fonte: Polícia Civil-RS