Mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, lamentou a possibilidade de Alexandre Nardoni ter a progressão para o regime aberto autorizada a partir de abril deste ano. Nesta terça-feira (12), a mãe da menina, que foi assassinada aos cinco anos pelo pai e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, em março de 2008, participou do programa Encontro, da TV Globo.
— Eu me sinto ofendida como mãe e até em memória da minha filha porque a gente sabe que vai acontecer, mas não espera que isso aconteça. Então, eu como mãe, em memória da minha filha, sabendo de tudo o que aconteceu, vivendo essa história e esse luto, sabendo que isso vai acontecer agora, eu me sinto bem triste por tudo isso — disse ela.
Questionada se a justiça não foi feita completamente, ela afirma que, pela gravidade do crime, é pouco tempo.
— Graças a Deus, a justiça, na época, foi feita, porque eu tive essa oportunidade, porque a gente sabe quantos casos hoje isso não acontece. Mas é bem pouco tempo pelo tamanho do crime que aconteceu e sabendo que minha filha não vai voltar e saber que a minha filha não tem essa oportunidade, ela não vai viver — afirmou Ana.
Condenado a mais de 30 anos de prisão pelo assassinato da filha, Nardoni cumpre pena na Penitenciária de Tremembé II, no interior de São Paulo. Detido há 16 anos, cerca da metade do tempo previsto na sentença e em regime semiaberto desde 2019, Nardoni vive expectativa de conseguir a progressão para o regime aberto.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), porém, a informação de progressão de regime de Alexandre para o aberto neste mês de abril "não procede". "Não há nenhuma decisão judicial neste sentido, até o momento", afirma o TJ-SP.
Sobre a possibilidade de ele pedir pela progressão em abril, a Justiça diz também que essa informação não pode ser confirmada porque "o sentenciado precisa preencher outros requisitos para pedir progressão de regime".
O crime
Anna Carolina e seu marido, Alexandre Nardoni, pai de Isabella, foram acusados da morte da menina quando ela tinha cinco anos. Conforme a denúncia, a criança foi jogada pelo casal da janela do apartamento onde morava no sexto andar do edifício London, que fica na zona norte de São Paulo, em crime cometido em 29 de março de 2008.
Anna e Nardoni alegaram queda acidental, mas a investigação apontou que Isabella foi agredida e jogada propositalmente. O casal foi condenado em 2010, mas os dois estavam presos desde 2008.
O pai foi condenado a 30 anos e dois meses de prisão pelo homicídio da filha e a madrasta pegou 26 anos e oito meses.
Em 2019, quando Anna já estava no semiaberto, seu marido conseguiu a progressão para o mesmo regime, no qual se encontra atualmente, com direito a saídas temporárias.
A madrasta está em liberdade desde o dia 20 de junho de 2023, quando teve concedida a progressão para o regime aberto após passar 15 anos na penitenciária feminina de Tremembé, no interior de São Paulo.