O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado Fernando Sodré, avaliou nesta sexta-feira (5) que o silêncio adotado pelos delegados gaúchos impacta a imagem da instituição, mas não tem prejudicado a rotina de investigações e operações. Os policiais não tem dado entrevistas nas últimas semanas como forma de pressionar o governo Eduardo Leite por aumento salarial.
— Impactar a instituição, impacta, no sentido da nossa imagem, em relação à divulgação do nosso trabalho. Mas não impacta o trabalho em si (dos delegados), porque o trabalho em si está sendo feito normalmente. As investigações e inquéritos estão em andamento. Só que, para a sociedade, muda a percepção (sobre a Polícia Civil) porque o pessoal não está comunicando como normalmente comunica — disse o chefe de polícia.
Ainda conforme Sodré, há perspectivas de avanços nas negociações entre governo e sindicato de policiais.
— O governo do Estado tem sinalizado boa vontade e compreensão sobre as categorias. Eu, como chefe de polícia, me preocupo com delegados e com agentes. O governo mais cedo ou mais tarde vai apresentar uma proposta de recomposição — disse Sodré.
A Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), que representa a categoria, pede que o governo do Estado reajuste os salários em cerca de 40% ao longo dos próximos três anos. Eles defendem que os delegados devem ter remuneração equivalente a de procuradores do Estado e de fiscais da Receita Estadual.
— Estamos fazendo a divulgação de todos os fatos da Polícia Civil pela Divisão de Comunicação Social e pela Chefia de Polícia. Não quer dizer que vamos ficar o tempo todo assim (no futuro), mas por enquanto estamos desta forma — diz o delegado Sodré.
As investigações e inquéritos estão em andamento. Só que, para a sociedade, muda a percepção (sobre a Polícia Civil) porque o pessoal não está comunicando como normalmente comunica.
FERNANDO SODRÉ
Chefe de polícia
O presidente da Asdep, o delegado Guilherme Wondracek, diz que a categoria seguirá sem repassar informações à imprensa e à sociedade enquanto o governo do Estado não abrir uma negociação salarial.
— Enquanto o governo não tiver atitude proativa, positiva, a greve do silêncio vai continuar. Essa medida incomoda muito o governo. E a gente tem outras medidas que também podem incomodar — diz Wondraceck.
O delegado critica a postura do governo Leite nas quatro reuniões de negociação realizadas entre novembro e dezembro, avaliando que não houve avanços.
Remuneração atual de servidores da Polícia Civil
- Delegado de Polícia 1ª classe — R$ 21.574,35
- Delegado de Polícia 2ª classe — R$ 23.971,50
- Delegado de Polícia 3ª classe — R$ 26.635,00
- Delegado de Polícia 4ª classe — R$ 29.594,45
- Escrivão e Inspetor de Polícia 1ª classe — R$ 6.748,84
- Escrivão e Inspetor de Polícia 2ª classe — R$ 9.816,50
- Escrivão e Inspetor de Polícia 3ª classe — R$ 12.270,62
- Escrivão e Inspetor de Polícia 4ª classe — R$ 14.724,74
- Comissário de Polícia — R$ 18.405,93
- Investigador de Polícia 1ª classe — R$ 6.748,84
- Investigador de Polícia 2ª classe — R$ 6.748,84
- Investigador de Polícia 3ª classe — R$ 6.748,84
- Investigador de Polícia 4ª classe — R$ 6.748,84
- Investigador de Polícia 5ª classe — R$ 9.816,50
- Investigador de Polícia 6ª classe — R$ 12.270,62
- Investigador de Polícia 7ª classe — R$ 14.724,74
- Comissário de Investigação Policial — R$ 18.405,93