O cirurgião plástico Klaus Wietzke Brodbeck, réu por crimes contra 18 pacientes em Porto Alegre, teve o seu registro profissional cassado nesta quarta-feira (6). A decisão foi proferida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e publicada no Diário Oficial da União (DOU). De acordo com o CFM, os membros do pleno do Tribunal Superior de Ética Médica do conselho negaram recurso solicitado por Brodbeck. O veredito foi tomado por unanimidade.
A nível regional, o médico responde a um processo ético-profissional, que tramita em sigilo no Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers). Com isso, ele já estava impedido, de maneira cautelar, de exercer a profissão.
Em julho de 2021, GZH mostrou que o cirurgião plástico já havia sido absolvido ou teve arquivados ao menos 15 sindicâncias abertas no Cremers. Os motivos que geraram os procedimentos não foram revelados pela entidade. No total, conforme documento obtido pela reportagem na ocasião, 23 sindicâncias ou processos ético-profissionais haviam sido abertos contra o médico nos últimos 20 anos.
Como está o caso
Há cerca de dois anos, mais de cem mulheres procuraram a polícia em Porto Alegre para relatar casos que, segundo as autoridades, indicavam crimes contra a dignidade sexual, que abrange assédio sexual, importunação, violação sexual mediante fraude e estupro. Elas afirmaram que os episódios aconteceram durante consultas com o cirurgião plástico Klaus Wietzke Brodbeck.
Os relatos resultaram em denúncia na Justiça contra o homem, que é réu por crimes contra 18 pacientes. Atualmente, ele responde em liberdade ao processo que tramita em segredo de Justiça e não tem data para conclusão. O homem chegou a ficar cerca de cem dias preso em 2021, e desde então está em liberdade.
Atualmente, está aberto, para a defesa, prazo para oferecimento de alegações finais no processo. O caso tramita no Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS).
Contraponto
A defesa de Brodbeck manifestou-se por meio do seu advogado, Luciano Mallmann Cardoso. Ele afirma que "entende que a decisão seja nula, tendo em vista que o julgamento havia sido suspenso por determinação do Juiz da 21ª Vara Federal de Brasília, e a ordem judicial restou descumprida pelo conselho". Ele ressaltou que a defesa buscará, no Judiciário, o afastamento dessa decisão.