Sete homens irão a julgamento a partir desta quarta-feira (16) no Fórum de Santiago, na Região Central, pelo assassinato de Daniela de Freitas Falcão. O crime aconteceu em 30 de abril de 2021 , no bairro Jardim dos Eucaliptos, em Santiago. O companheiro da vítima, Douglas Garcia Monteiro, também foi baleado, mas sobreviveu.
Conforme o Ministério Público, o homicídio ocorreu em razão de uma briga entre facções, oriundas de Porto Alegre e da Região Metropolitana, e que se instalaram no município para dominar o tráfico de drogas. A estimativa é que o júri se estenda por dois dias.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, quatro homens, a mando de um líder da facção, preso no Presídio Central, saíram da Capital até Santiago para matar as vítimas. Ao chegarem em Santiago, eles encontraram um integrante do grupo que forneceu as armas para cometerem o crime.
Seis dos réus foram denunciados por homicídio e tentativa de homicídio com duas qualificadoras. Motivo torpe, pela disputa pelo tráfico, e sem recurso que dificultou a defesa das vítimas, já que os criminosos estavam em maior número e armados, invadiram a casa de surpresa. Além disso, eles respondem também por posse de arma de fogo com numeração suprimida e posse de arma de uso restrito e também associação criminosa. Um sétimo réu foi denunciado apenas pela associação. Todos seguem presos.
Vão atuar na acusação os promotores Francisco Saldanha Lauenstein e Silvia Inês Miron Jappe. A promotora Sílvia ressalta que o caso é atípico para cidade e que espera que o júri dê uma resposta para os criminosos.
— Essa não é uma realidade da comunidade de Santiago. Não é comum esse tipo de crime aqui, relacionado a facções e ao tráfico de drogas. O nosso objetivo é que a comunidade dê uma resposta de que não estamos acostumados e não queremos ficar acostumados. E para que isso não volte a se repetir é preciso essa resposta efetiva com a condenação dos réus— afirma Sílvia.
Antes do interrogatório dos sete réus, serão ouvidas 11 testemunhas, cinco de acusação e seis de defesa. Se condenados por todos os crimes, as penas partem de, no mínimo, 21 anos de prisão, podendo chegar a até 62 anos. Seis dos réus são defendidos pela Defensoria Pública, que não se manifestará no momento.