Um foragido de Sergipe que teria executado pelo menos uma vítima em Aracaju foi um dos 54 presos na operação policial dessa terça-feira (29). Apesar de ser investigado por várias mortes, a polícia sergipana confirmou pelo menos um homicídio, a mando de facção local, que o suspeito teria cometido pelo preço de R$ 5.
O homem foi preso em uma residência de Capão da Canoa durante o cumprimento de 65 mandados de prisão no Litoral Norte gaúcho e Litoral Sul catarinense contra grupo que seria comandado por dois empresários de Torres. A investigação apura o fato de que o procurado pelos agentes de Sergipe estaria recebendo abrigo do grupo criminoso gaúcho envolvido com tráfico e pelo menos cinco homicídios ocorridos em Torres, Três Cachoeiras e Mampituba.
Dois agentes e um delegado sergipanos estiveram na terça no Rio Grande do Sul para realizar, junto com policiais gaúchos, a prisão do suspeito. O nome dele não foi divulgado e ele, após depoimento, deverá ser encaminhado até o fim da semana para o nordeste brasileiro. O assassinato que ele teria cometido e cobrado R$ 5 ocorreu no ano passado.
O titular da 2ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Rafael Liedtke, diz que está sendo apurado o tempo que o foragido estava no Estado e a ligação dele com a quadrilha do litoral. Não se descarta que, além de receber abrigo, poderia ser recrutado para assassinatos no Rio Grande do Sul.
— Após contato de colegas de Sergipe, a equipe da 2° Delegacia do Denarc descobriu o paradeiro do suspeito em Capão da Canoa, e após o delegado de Sergipe ser comunicado por nós, ele e sua equipe vieram ao Estado para se somarem ao efetivo que deflagrou a operação Turrim — destaca Liedtke.
Operação Turrim
Depois de prender 54 integrantes de grupo criminoso em 18 cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina por envolvimento com tráfico e homicídios no litoral, a Polícia Civil continua investigando o caso e segue com buscas. Doze pessoas seguem foragidas. Entre eles, um ex-PM de Porto Alegre que teve prisão decretada pela Justiça.
O ex-militar é apontado por fornecer armas e munição para a quadrilha que seria comandada por dois empresários de Torres, também presos. Ainda na terça, foram apreendidas 43 armas, sendo 16 delas com um advogado que também foi detido em Torres. Outras 23 armas estavam na casa de um armeiro do grupo no município catarinense de Praia Grande.
A polícia ainda investiga a lavagem de dinheiro da quadrilha que teve 24 contas bancárias bloqueadas. Além disso, quatro automóveis de alto padrão foram apreendidos. Também em relação aos presos, um deles seria o executor do grupo e estaria impondo o medo no Litoral Norte gaúcho e Litoral Sul catarinense. Os criminosos usavam roupas idênticas às da polícia durante execuções e ainda eram obrigados a gravar imagens dos homicídios.
Liedtke diz que os suspeitos também tinham que gravar imagens de toda negociação de armamento ou drogas. Os empresários, que são dos ramos hoteleiro e gastronômico, são irmãos e não tiveram os nomes divulgados.
O único elo entre os empresários e o executor era um gerente do tráfico, que também foi responsabilizado. Trata-se de um apenado da Penitenciária Modulada de Montenegro, no Vale do Caí. Ele tem diversos antecedentes criminais, entre eles, seis homicídios. Ele era o único que falava com os dois empresários e repassava todas as ordens deles para o restante do grupo criminoso.
Os suspeitos são investigados por tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse ilegal de arma e munição,corrupção de menores e homicídios.