Três acusados de envolvimento no assassinato de um jovem e de um adolescente, em 31 de março deste ano, em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, se tornaram réus por duplo homicídio e dupla ocultação de cadáver na quarta-feira (2). Wesley Amaral dos Santos, 19, e Jonathan Júnior Xavier Lopes, 16, foram encontrados mortos, com mãos amarradas e um saco plástico na cabeça em uma estrada da cidade.
O crime, segundo a investigação, seria uma represália pelo furto de baterias de um depósito credenciado do Detran. Wesley e Jonathan foram até o local com outros dois amigos para cometer furtos, mas foram capturados por seguranças.
Dos três acusados, dois estão presos: Tiago More Martins, que trabalhava no depósito, e Rudimar da Rosa, que era guincheiro. O dono do depósito, Leopoldo Rausch Potter, está foragido desde o início da investigação.
No mesmo despacho em que aceitou a denúncia, a Justiça deu prazo de 10 dias para que os acusados se manifestem. Além disso, o sigilo do processo foi retirado.
O caso
O inquérito apontou que Wesley e Jonathan foram até um Centro de Desmanche de Veículos credenciado pelo Detran para furtar duas baterias na noite do dia 30 de março. Eles estavam acompanhados de outros dois, que ficaram do lado de fora do estabelecimento.
Já havia passado da meia-noite, quando Wesley e Jonathan foram flagrados por seguranças do depósito e acabaram sendo rendidos. Os amigos que estavam do lado de fora fugiram e foram avisar a mãe de Jonathan que o filho estava detido.
— Pode sim ter sido um castigo pelo crime cometido antes da execução. Não se tem isso bem definido, mas é uma das linhas de investigação — afirmou a delegada Angélica Giovanella durante o inquérito.
Grávida de oito meses, Edilaine Xavier contou que foi até o depósito e ouviu dos seguranças que eles haviam disparado para cima com a intenção de assustar os rapazes e que ela poderia voltar para casa, pois logo eles retornariam.
— Nada justifica o que ele fez, de entrar num lugar fechado. Mas ele estava deitado já. Que chamassem a polícia — disse Edilaine a GZH cinco dias após o crime.
Sem notícias do filho durante a madrugada, Edilaine estava a caminho da delegacia para registrar o desaparecimento quando soube, pelas redes sociais, que dois corpos haviam sido encontrados em uma área afastada da cidade. Uma familiar foi até lá e identificou que eram Wesley e Jonathan.
Contraponto
O advogado Felipe Moreira da Silva Teixeira da Paixão, que representa Tiago Moré Martins se manifestou por meio de nota.
Embora tenha sido requerido ao Judiciário, a defesa de Tiago ainda não teve acesso a todas as informações do caso. Tiago não praticou nenhum homicídio e todas as providências jurídicas necessárias para a defesa dele estão sendo tomadas.
GZH tenta contato com a defesa dos outros dois acusados, mas até o momento da publicação desta reportagem não obteve retorno. O espaço segue aberto para a manifestação.