Correção: apenas um agente penitenciário foi preso na operação e não dois, como publicado entre 8h36min e 12h08min desta quarta-feira (5). A informação já foi corrigida
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), desencadeou, nesta quarta-feira (5), a segunda fase da Operação Perg, dentro da Penitenciária Estadual de Rio Grande, no sul do Estado. Na ação, um agente penitenciário foi preso preventivamente suspeito de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
Considerado o principal alvo da ofensiva, o agente penitenciário seria um dos responsáveis pela entrada de celulares e drogas na Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg). O outro mandado de prisão foi cumprido contra um homem que já estava recolhido na Perg. Ele foi identificado como responsável por fazer os contatos e pagamentos aos agentes penitenciários que levavam materiais ilícitos para dentro da casa prisional. O agente foi preso no momento em que deixava a Perg.
A mulher do agente foi presa em flagrante por posse irregular de munição. Ao todo, além das três prisões, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Pelotas, Canoas e Rio Grande, onde dois veículos e um imóvel de luxo foram sequestrados. Foram apreendidos mais de R$ 60 mil em dinheiro sem comprovação de origem, drogas, computadores, armas de fogo, munições, documentos e celulares.
O alvo é uma organização criminosa sediada em Rio Grande, voltada ao cometimento dos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. O grupo é um braço da estrutura criminosa que dominava o comércio de botijões de gás em Rio Grande. Na última semana, outra grande operação contra o cartel já havia sido desencadeada no município, em que seis pessoas foram presas, sendo dois policiais militares.
Durante coletiva de imprensa, o promotor de Justiça do Gaeco – Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles Caldas explicou que a investigação iniciou há oito meses.
— As investigações mostraram uma realidade que não é compatível com o salário de um agente penitenciário. Casa e carros de luxo, como uma BMW/X1 e uma Nissan/Frontier, além de móveis sob medida e os melhores mármores que ele tinha, não poderiam ter sido comprados, a não ser que ele tivesse trabalhado 125 anos — disse o promotor sobre a busca e apreensão na residência do servidor. Armas, drogas e munições também foram apreendidas. A esposa do ex-diretor foi presa em flagrante por posse irregular de munição.
De acordo com o MPRS, o outro mandado de prisão foi cumprido contra um homem que já estava recolhido na Perg. Ele foi identificado como responsável por fazer os contatos e pagamentos aos agentes penitenciários que levavam materiais ilícitos para dentro da casa prisional. Somente entre julho e novembro de 2022, o apenado movimentou R$ 545 mil em uma de suas contas bancárias.
A ofensiva é conduzida pelo coordenador dos Gaecos, André Dal Molin, e pelo promotor de Justiça do Gaeco – Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles Caldas, com apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).