A Polícia Civil concluiu a primeira parte da investigação envolvendo a apreensão de 1,8 tonelada de maconha em uma lavagem de veículos de Viamão, no dia 14 de maio deste ano. Dois homens que estavam no local no momento da abordagem foram indiciados, nesta semana, por tráfico e associação ao tráfico.
Segundo a titular da 4ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegada Ana Flávia Leite, segue em apuração o envolvimento de outros suspeitos. Haveria mais de 40 receptadores da droga, responsáveis por pontos de tráfico em toda a Região Metropolitana.
A delegada afirma ter recebido, em maio, uma denúncia de que um estabelecimento comercial estava sendo usado por uma facção para receber e armazenar drogas. Foi, então, instaurado um inquérito e os agentes passaram a monitorar o local.
— Na noite da abordagem, um domingo do mês passado, notamos que realmente a movimentação era atípica na lavagem. Carros chegavam sujos e saíam sujos. Além disso, mesmo após o estabelecimento ter fechado as portas no dia em que houve nossa ação, a movimentação continuou, com veículos e pessoas — diz Ana Flávia.
Ao entrarem no local, os policiais prenderam os dois homens, de 23 e 33 anos, que faziam a segurança do depósito. Um deles estava na condição de foragido por roubo, porte ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
Investigação continua
Ana Flávia ressalta que, mesmo com o inquérito concluído e remetido à Justiça, o Denarc vai seguir investigando, em busca dos mais de 40 suspeitos que distribuiriam as drogas.
A polícia aponta que nomes e quantidades já fracionadas do entorpecente constavam em anotações feitas em um caderno apreendido dentro da lavagem de veículos. O trabalho não tem prazo para ser concluído e faz parte de uma ofensiva do Denarc adotada pela atual gestão.
O objetivo tem sido focar nos líderes de facções e em grandes quantidades de drogas, bem como na apreensão de armas e dinheiro. O diretor do Departamento, delegado Carlos Wendt, ressalta que outra meta é descapitalizar o tráfico, principalmente, combatendo a lavagem de capitais.
Ele lembra que, até o momento, se apreendeu mais maconha nos primeiros cinco meses de 2023 do que em todo o ano passado. Wendt lembra, ainda, que, segundo dados de maio, as apreensões da droga neste ano já beiravam cinco toneladas. Nos 12 meses de 2022 foram 4,8 toneladas.
