O exame de comparação balística do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmou que o soldado Roniclei Luciano Graef Cipolato, 46 anos, foi morto por um disparo feito por um colega de Brigada Militar (BM).
Conforme a perícia, o tiro de calibre 9mm partiu da pistola usada pelo policial militar que acompanhava Cipolato em uma operação em 26 de março no bairro Costa e Silva, na zona norte de Porto Alegre.
Como foi um crime cometido em serviço, a atribuição para apuração é da Brigada Militar e o caso será julgado pela Justiça Militar. Por isso, o inquérito que tramitava na 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa será encerrado e enviado à Justiça. Uma cópia será remetida à Brigada Militar, que já tem em tramitação um Inquérito-Policial Militar sobre o caso.
O dois militares envolvidos na ação trabalhavam na Seção de Inteligência do 20º Batalhão de Polícia Militar (20º BPM). Eles estavam no local, segundo a BM, em uma operação discreta. A região é conhecida, segundo autoridades, pela intensa movimentação de traficantes e pelo alto índice de assassinatos.
A dupla teria avistado criminosos armados e dado início a uma perseguição. O soldado Cipolato subiu em um telhado, onde acabou baleado. Desde o dia do fato havia rumores na corporação sobre a morte ter ocorrido por um disparo acidental, feito pelo colega de Cipolato. Em depoimento à polícia, o PM, cujo nome não foi revelado pelas autoridades, disse acreditar que fosse o autor do disparo. O PM está afastado de funções operacionais, atuando apenas em serviço administrativo.
Cipolato foi atingido sobre o telhado. O tiro transfixou um dos braços e entrou pela lateral do corpo, atingindo a aorta. O soldado não usava colete à prova de balas. A investigação por parte da BM está sendo conduzida pelo tenente-coronel Fábio da Silva Schmitt. Conforme o comandante de Policiamento da Capital, coronel Luciano Moritz Bueno, o IPM já está em fase de conclusão.