Uma denúncia anônima fez a Polícia Civil do Rio de Janeiro descobrir que uma mulher suíça de 67 anos era mantida em cárcere privado dentro de uma casa, em Paraty, havia mais de seis meses. Ela foi resgatada nesta terça-feira (30), e três acusados pelo crime foram presos.
Na casa havia mais de 300 quadros, pintados pela mãe da idosa, que morava em Paraty e morreu há anos. Algumas das obras têm o selo do Museu Nacional da Suíça.
A mulher fala poucas palavras em português e, ao ser resgatada, apresentava quadro de confusão mental. Até a noite de terça-feira a polícia não havia localizado parentes vivos dela.
A polícia ainda não sabe exatamente como os criminosos detiveram a vítima nem de que forma se aproveitavam dela, mas os indícios são de que pegavam dinheiro dela, possivelmente recebendo alugueis e até tentando vender imóveis de propriedade da vítima. Um dos presos tinha uma escritura de uma casa que é da idosa no município paulista de Cunha. O imóvel é avaliado em R$ 1,8 milhão.
A casa onde a vítima estava fica em um condomínio fechado no bairro Ponte Branca. Segundo a polícia, vizinhos supunham que o imóvel estava vazio, porque raramente percebiam movimento no local.
Quando a polícia chegou e invadiu a casa, arrombando as portas, deteve um rapaz de 20 anos que aparentemente vigiava a idosa. Outros dois suspeitos, de 27 e 42 anos, foram presos ao chegar ao imóvel. Eles notaram a presença dos policiais e tentaram fugir, mas foram perseguidos e detidos.
Aparentemente, a vítima era maltratada — faltavam comida e conforto no imóvel, onde a única geladeira estava queimada e servia apenas como armário. Havia comida estragada dentro do eletrodoméstico. A vítima foi encaminhada ao Hospital Municipal de Paraty.
Os quadros foram apreendidos e serão submetidos a perícia. O consulado da Suíça será avisado para que as obras sejam encaminhadas ao Museu Nacional daquele país, se for o caso. O caso é investigado pela 167ª DP, com sede em Paraty. A polícia não divulgou o nome da vítima nem dos presos.