Um adolescente de 14 anos foi internado na Fundação de Atendimento Sócio Educativo (Fase) suspeito de matar um colega de escola com disparos de arma de fogo, na manhã de segunda-feira (8), em Panambi, no noroeste do Estado. Segundo a investigação da Polícia Civil, Daniel Werz dos Santos, 15 anos, voltava da escola para casa quando foi atingido por quatro disparos no pescoço e no tórax.
Segundo o delegado Carlos Beuter, responsável pela investigação, o crime aconteceu próximo ao meio-dia, na Rua João Francisco Jaques, no bairro Pavão. De acordo com ele, ambos os adolescentes estudavam na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa, situada a cerca de um quilômetro do local do crime.
Conforme o delegado, pelo menos três adolescentes acompanhavam a vítima no momento dos disparos, sendo um deles, o irmão de Daniel, de 13 anos. O delegado diz que o suspeito se apresentou na delegacia da cidade no início da tarde, acompanhado do pai e de um advogado. Em depoimento, ele relatou que haveria uma desavença com a vítima, o que teria motivado o crime.
— A narrativa é que eles já tinham brigado. Segundo o próprio autor do delito, teria ocorrido uma briga entre eles e ele ficou aguardando na saída da escola pra efetuar os disparos — diz o delegado.
Também em depoimento, o adolescente disse que descartou a arma em uma área de mata. Os policiais fizeram buscas pela pistola calibre 9 milímetros usada no crime, mas não a localizaram. À polícia, o pai do suspeito disse que a arma pertencia à vítima e que o atirador teria tomado a pistola dele.
Até o momento, já prestaram depoimento três adolescentes que presenciaram o fato, além da direção e professores da escola onde os menores estudavam. De acordo com o delegado, a equipe escolar informou que não havia registros em atas disciplinares ou conhecimento por parte dos professores a respeito da briga entre os adolescentes. Embora estudassem na mesma escola, o delegado pontua que os meninos não eram colegas de turma.
— Agora seguem as diligências no sentido de elucidar os fatos. Outras testemunhas serão chamadas a depor nos próximos dias. Temos que remeter o quanto antes para o promotor encaminhar o processo — explica Beuter.
A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou, ainda na segunda-feira, a internação provisória do adolescente na Fase, em Santo Ângelo. Ele responde por ato infracional análogo a homicídio.
— O Ministério Público está trabalhando em conjunto com a Polícia Civil para, nos próximos dias, ofertar a representação em desfavor do adolescente e prosseguir com a ação socioeducativa — sublinha o promotor Daniel Mattioni, responsável pelo pedido de internação provisória.