O Ministério Público (MP) denunciou sete pessoas pelo sequestro dos dois filhos de um empresário de Porto Alegre em outubro do ano passado no bairro Jardim Itú-Sabará, na Zona Norte. Outras sete pessoas, indiciadas inicialmente pela Polícia Civil, tiveram pedidos de arquivamento dos inquéritos.
Entre as sete pessoas que não foram denunciadas, está a advogada Cláudia Costa Araújo. Conforme documento encaminhado pelo promotor Leonardo Barrios à Justiça, as vítimas não a reconheceram como a condutora do veículo utilizado para pegar o dinheiro do resgate e ainda apontaram outra pessoa como sendo a motorista do carro.
A defesa dela, a advogada Arima da Cunha Pires, em contato com GZH, apenas reiterou que sua cliente não foi identificada como envolvida no sequestro após ser submetida a reconhecimento pessoal. Cláudia, desde o início da investigação,permaneceu em liberdade.
Agora, cabe ao Poder Judiciário aceitar ou não a denúncia contra as sete pessoas denunciadas pelo MP como envolvidas no sequestro.
Sequestro
O titular da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado João Paulo de Abreu, diz que os dois filhos do empresário, com idades entre 20 e 30 anos, caminhavam numa rua do bairro Jardim Itú-Sabará por volta de 8h30min de 21 de outubro de 2022 quando foram abordados pelos criminosos. Conforme depoimentos e imagens de câmeras de segurança, dois veículos cercaram a dupla e pelo menos quatro homens armados os renderam.
Os sequestradores teriam se passado por policiais civis, ordenando que as vítimas se deitassem no chão. Os jovens foram “algemados” com pulseiras plásticas, semelhantes às usadas pela polícia, e colocados dentro dos veículos. A ideia era não chamar a atenção de moradores da região e fazer com que tudo parecesse, para eventuais testemunhas, uma ação policial.
O grupo criminoso manteve as vítimas por cerca de 40 horas em um cativeiro no bairro Restinga. A quadrilha chegou a pedir R$ 1,7 milhão pelo resgate, mas a família acabou pagando um valor menor.
Desde o início a família acionou a polícia e, desta forma, todos os passos dos criminosos foram monitorados até que todos fossem presos e responsabilizados pelo crime. No dia 17 de março deste ano, parte dos suspeitos foi alvo de uma operação policial.
Lavagem de dinheiro
O delegado diz que a investigação continua pelo fato de que o valor obtido com o resgate foi depositado em contas bancárias de suspeitos como forma de lavagem de capitais. As contas eram de laranjas no Rio Grande do Sul e também de outros Estados. O delegado ainda ressalta que outra parte do valor foi investida em uma empresa do Paraná, onde também foram cumpridos mandados de busca em março.