Uma advogada é uma das 13 pessoas que foram alvo da chamada Operação Cartão Vermelho, deflagrada na manhã desta terça-feira (25) pela Polícia Civil. Até as 7h, cinco pessoas haviam sido presas e um mandado de prisão havia sido cumprido contra um sexto homem que já está preso. Três armas, munição, dinheiro e três veículos foram apreendidos.
A mulher teve mandado de busca contra ela cumprido em Porto Alegre por suposto envolvimento com quadrilha ligada a uma facção criminosa. A suspeita teve a conta bancária bloqueada judicialmente, e um veículo apreendido que pertencia a ela. Conforme a investigação, a mulher é investigada por auxiliar o grupo que distribuía pelo menos 50 quilos de crack e cocaína por mês na Capital e lavou mais de R$ 1,4 milhão do tráfico em apenas seis meses do ano passado.
O titular da 1ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Guilherme Dill, diz que já tem algumas provas sobre a advogada ter emprestado seu nome aos traficantes para aquisição de carros utilizados, seriam pelo menos três, nos transportes de drogas. Além disso, ela ainda estaria orientando juridicamente os investigados na lavagem de dinheiro.
— Por enquanto, não podemos passar mais detalhes, estamos realizando a operação policial justamente em busca de mais provas, mas já temos alguns indícios que nos indicam ações atípicas por parte da suspeita — diz Dill.
A polícia não divulgou o nome da advogada. O delegado aguarda análise de trocas de mensagens e da conta bancária da advogada para decidir sobre a responsabilização dela em relação a supostas atividades ilícitas.
A operação
O grupo tem pelo menos 13 suspeitos identificados, sendo que 11 têm mandados de prisão já expedidos. Os 55 policiais que estão nas ruas desde as 6h também cumprem mais 11 ordens judiciais de busca e cinco bloqueios de contas bancárias, incluindo a da advogada.
Os agentes estão atuando nos bairros Rubem Berta e Jardim Lindoia, na Zona Norte, e em Gravataí. Os suspeitos são das duas cidades e também não tiveram os nomes divulgados. A investigação se iniciou em agosto de 2022, quando um casal foi preso na zona sul de Porto Alegre com 18 quilos de crack.
Trocas de mensagens entre os investigados comprovam que a droga tinha uma marca, para ser identificada entre os usuários e demais traficantes, com o objetivo de atestar a qualidade da substância. Além disso, trocas de informações entre os integrantes da facção revelam que gostavam de conversar no Telegram, para não serem rastreados, e ainda enviam entre si fotos de várias notas de dinheiro.