A Polícia Civil de São Paulo cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em oito cidades gaúchas contra um grupo suspeito de aplicar o golpe dos nudes em SP. A ação, dividida em dois dias, contou com apoio da 1ª, 2ª e 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Novo Hamburgo e das DPs de Ivoti e Dois Irmãos, e resultou na apreensão de 33 cartões bancários em nome dos suspeitos e na prisão de um homem.
Na quarta-feira (29), os policiais apreenderam um computador na casa de um casal, em Viamão, Região Metropolitana, suspeito de integrar o grupo. O aparelho estava equipado com um microfone profissional e seria utilizado nos golpes. Outros sete mandados foram cumpridos em Porto Alegre e Charqueadas.
Um homem, cujo idade e nome não foram reveladas, foi preso por porte ilegal de arma fogo em Portão, no Vale do Sinos, na quinta-feira (30). Segundo o delegado Edmar Rogério Dias Caparroz, responsável pelo caso, ele seria pai de um dos suspeitos e assumiu ser dono uma espingarda calibre 12, encontrada e apreendida durante as buscas. Outros dez mandados foram cumpridos nos endereços de suspeitos em Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Igrejinha e Taquara.
Conforme Caparroz, o grupo criava perfis falsos nas redes sociais e seduzia às vítimas utilizando fotos de menores de idade. Um homem de Presidente Venceslau e outro de Teodoro Sampaio, cidades paulistas, foram vítimas do grupo.
— É um golpe conhecido já. Utilizando fotos de meninas mais jovens, eles mantêm conversas com as vítimas e, em certo momento, trocam fotos íntimas. Neste momento, o golpe começa de fato — explica o delegado.
Na sequência da troca de fotos, outro perfil entra em contato com a vítima e se apresenta como suposto parente da menina. A partir deste momento, ele passa a exigir dinheiro para não denunciar o caso.
— Eles pedem dinheiro para atendimento psicológico da vítima, para que o advogado não realize a denúncia, começa uma série de pedidos — conta.
O delegado ainda revela que os suspeitos ainda utilizam o nome da Polícia Civil no golpe, como forma de intimidar as vítimas. O grupo teria lucrado mais de R$ 120 mil com o golpe. Os materiais apreendidos foram levados para São Paulo, onde passarão por perícia.
— Eles mentem que um mandado de prisão já foi expedido e policiais civis estão pedindo dinheiro para não cumprir e encerrar as investigações — finaliza.
*Produção: Lucas de Oliveira