A morte de quatro pessoas na tarde de sábado (18), na zona sul de Porto Alegre, é investigada pela Polícia Civil. O caso aconteceu no bairro Teresópolis, quando ocupantes de um carro teriam passado por uma residência e feito disparos. As vítimas são três homens e uma mulher. Conforme investigadores, a principal hipótese, até o momento, é de que os assassinatos tenham sido motivados por um conflito entre integrantes da mesma facção, que tem atuação na Vila Cruzeiro.
Ao longo desta segunda-feira (20), as equipes fazem diligências e analisam imagens que possam ajudar a esclarecer o caso. Os policiais também ouvem vizinhos das vítimas e possíveis testemunhas. Ninguém foi preso até o momento.
Segundo a investigação, as vítimas seriam usuárias de drogas. A polícia apura se elas teriam também atuação junto a facção que nasceu e atua na Vila Cruzeiro, na Capital, ou se estariam devendo algum valor referente ao tráfico para o grupo criminoso.
— Estamos avançando na investigação e aguardando o laudo pericial. É um caso muito complexo e não é prudente divulgar detalhes agora, para não prejudicar a investigação. Mas tudo está sendo analisado — afirma o delegado Thiago Carrijo, da 6ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (6ª DHPP).
Ainda no sábado (18), o Departamento de Homicídios da Polícia Civil da Capital afirmou que o caso se trata de um "execução ligada ao crime organizado".
A polícia não informou se as vítimas eram familiares nem se vivam na casa. Também é investigado se mais pessoas estariam na residência no momento do ataque, que possam ter conseguido fugir.
Conforme a Brigada Militar, uma das vítimas foi identificada como Gilberto Macedo Alves, 61 anos. Outro homem seria Tomaz Mello Flora, 50. A identificação das outras duas pessoas mortas ainda é apurada.
O grupo que comanda o tráfico de drogas na Vila Cruzeiro, suspeito dos quatro homicídios no sábado, é um dos envolvidos na guerra de facções registrada em Porto Alegre no ano passado. O conflito, que se intensificou em dois momentos de 2022, ocorreu por desavenças entre essa facção e outro grupo criminoso, que tem base no Vale do Sinos.
Segundo a Polícia Civil, não é possível, até o momento, saber se os assassinatos ocorridos no fim de semana seriam resquícios da guerra de facções, que foi sufocada após ações das forças de segurança — entre elas, a transferência de lideranças dos grupos, que ordenavam os ataques mesmo presos, para fora do Estado.
Investigação
O crime aconteceu na Rua Helena Pettenuzzi Santiago, próximo à Vila Cruzeiro. Por volta das 15h30min de sábado, um HB20 preto passou pelo local. Ao menos dois ocupantes estariam no veículo e teriam efetuado tiros de pistolas contra as vítimas, que estavam na rua, na frente da casa, quando o ataque começou. Após os disparos, os atiradores fugiram do local. Um laudo pericial vai ajudar as equipes a entender a dinâmica da ocorrência.
As equipes buscam identificar quem são os executores dos assassinatos, e também quem teria ordenado as mortes.
Após o ataque, equipes do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM), responsável pela região, reforçaram o efetivo no local e revistaram pessoas que se deslocavam por ruas próximas, mas nada foi encontrado. Um helicóptero também foi usado, para fazer patrulhamento na área. O reforço segue ao longo desta semana na região e também na Vila Cruzeiro, segundo a BM.
De acordo com o comandante 1º BPM, tenente-coronel Alexander Pereira Cardozo, os corpos de vítimas foram encontrados dentro da casa, que estaria abandonada:
— Segundo o relato de vizinhos, é uma casa abandonada, um local usado para consumo de drogas e prostituição. O imóvel estava mal-cuidado, com muito lixo dentro, indicava não ter moradores mesmo.