Após deflagrar há dois dias uma operação em 13 cidades gaúchas, a Polícia Civil informou nesta quinta-feira (13) que a facção investigada por lavagem de dinheiro teria mais quatro postos de combustíveis no Estado. Com isso, são 12 estabelecimentos comerciais suspeitos que ficam em pelo menos sete municípios. Conforme a investigação, pelo menos dois estão fechados, mas ativos em juntas comerciais, e o restante segue aberto.
A apuração apontou que organização criminosa usou dinheiro do tráfico de armas e drogas, além de roubos, para comprar postos, lojas de conveniência e de celulares. O grupo movimentou mais de R$ 18 milhões em apenas 24 meses. Em relação a bens, foram adquiridos, conforme a polícia, 29 veículos de luxo, inclusive Porsche e Ferrari.
Também foram comprados uma lancha de R$ 2 milhões e 14 imóveis. Um deles é um duplex de R$ 1,6 milhão em Porto Alegre, que é considerado pela polícia uma fortaleza, devido ao esquema de segurança. Todos os bens foram indisponibilizados judicialmente, ou seja, os suspeitos não podem revender ou transferir.
Na última terça-feira (11), quando 470 agentes cumpriram mais de cem ordens judiciais, a polícia tinha provas suficientes de que oito postos de combustíveis eram administrados pela facção criminosa. Mas, com o prosseguimento da investigação, o titular da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Marcus Viafore, encontrou indícios de que mais quatro estabelecimentos teriam sido adquiridos pelos criminosos.
Dos 12 postos suspeitos, a maioria em Porto Alegre, oito são da mesma bandeira e o restante de pelo menos outras duas redes. Viafore ressalta que a maioria dos locais segue funcionando em nome de laranjas enquanto a investigação está em andamento — dois deles estão fechados.
O delegado não está divulgando nomes, mas informa que houve uma tentativa de repassar judicialmente a administração dos estabelecimentos suspeitos para terceiros durante a apuração dos fatos, mas ainda não houve empresários candidatos a assumir os postos.
Os estabelecimentos ficam nas cidades de Porto Alegre, Eldorado do Sul, Campo Bom, Sapucaia do Sul, Canoas, Alvorada e em Frederico Westphalen, no Norte.
Operação policial
No dia em que houve a operação, na terça-feira desta semana, a polícia divulgou que alguns postos estavam em nome de frentistas e um deles havia sido transferido de uma pessoa morta para um dos laranjas da facção.
Estes postos também praticavam preços abaixo do mercado em uma concorrência desleal, já que recebiam dinheiro do tráfico e de roubos. Os agentes prenderam 12 suspeitos na ofensiva.