O juiz da comarca de Jaguari, na Região Central, Daniel Nikosheli Nepomuceno, decidiu encaminhar para julgamento pelo tribunal do júri o acusado de matar o servidor da prefeitura do município Gustavo Medeiros, 28 anos, dentro de uma sala da Secretaria Municipal de Turismo. O crime ocorreu em 20 de abril de 2022.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), Leones Albaces Oliveira Dal Osto, 58, disparou quatro vezes contra a vítima, que não resistiu e morreu. O réu responde por homicídio triplamente qualificado.
Segundo o MP, Dal Osto invadiu a sala da Secretaria de Turismo, onde havia mais dois servidores, e disse: "Eu falei que iria te pegar". Na sequência, efetuou os tiros e fugiu.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, o crime teria sido motivado pelo descontentamento do réu com a venda de um imóvel realizada pela imobiliária onde a vítima trabalhava, mas que também era anunciado pela imobiliária do acusado.
Por isso, o homem foi denunciado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, em razão de ganância, com emprego de meio que possa resultar em perigo comum, já que foi dentro de um órgão público onde havia mais pessoas, e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Conforme o juiz, o crime ficou devidamente comprovado por diversas provas, incluindo o relato de testemunhas que presenciaram o fato, tendo indícios suficientes de autoria.
Em depoimento, o réu assumiu ter atirado contra a vítima, mas disse que a intenção não era matá-lo, mas sim defender-se, porque sentia-se ameaçado, humilhado e estava em pânico. Ele relatou ainda que o que falou foi "Tu disse que ia me pegar", e o que ocorreu foi uma fatalidade.
O réu está preso desde a data do homicídio, e o juiz manteve a prisão preventiva devido à gravidade do crime, cometido "em cidade extremamente pequena, de comunidade ordeira, impactada pela ação, sendo certo o ferimento da ordem pública". O acusado está detido no 19º Grupo de Artilharia de Campanha do Exército, em Santiago, já que é militar reformado.
O advogado dele, Daniel Tonetto, diz que "respeita a decisão, mas não concorda com a mesma. Por isso, vai recorrer ao Tribunal de Justiça".
Ainda não há data definida para o julgamento.