A Polícia Civil indiciou na sexta-feira (19) um homem envolvido no acidente de trânsito em que uma pessoa morreu no bairro Cavalhada, no dia 9 deste mês, na zona sul de Porto Alegre. Ele e outro suspeito estavam em um carro e, segundo a investigação, mantinham como refém um motorista de aplicativo para roubar celulares de pedestres na região.
Conforme apurado no inquérito, após assaltar uma mulher, eles foram perseguidos pelo companheiro dela — em outro automóvel — até ocorrer o acidente no cruzamento da Avenida Cavalhada com a Rua Padre Reus. O veículo bateu em um terceiro carro, causando a morte de um dos assaltantes.
De acordo com a titular da 13ª Delegacia da Capital, delegada Vivian do Nascimento, foram constatados dois delitos neste caso: roubos a motorista de aplicativo e a pedestres. E é justamente por esses delitos que Kassy Jones Castro de Souza, 21 anos, foi indiciado. Ele era passageiro do banco dianteiro do veículo Gol que colidiu com um Fiesta. O suspeito ficou ferido e foi encaminhado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) e depois para o Hospital Vila Nova. Vivian ainda diz que a prisão preventiva dele foi decretada.
O comparsa de Souza, segundo a investigação, era Leonardo Garcia Ávila, 38 anos, que morreu no local do acidente. Ele estava no banco traseiro do Gol. O automóvel era conduzido por um motorista de aplicativo que era feito refém pela dupla, segundo Vivian. O condutor, que chegou a levar uma coronhada na cabeça, disse que foi forçado a dirigir para os assaltantes e confirmou o que a polícia já estava apurando.
A delegada Vivian ressalta que a colisão entre o Gol e o Fiesta ocorreu em decorrência do roubo de um celular que os suspeitos cometeram na Zona Sul. Conforme o inquérito, após uma mulher ter o telefone roubado em uma via pública na região, o companheiro dela passou a perseguir os assaltantes, conduzindo um Renault Sandero, até o momento da colisão, na altura da Cavalhada com a Padre Reus, no sentido Centro-bairro. Vivian relata que a dupla usava uma arma de brinquedo e que o celular roubado foi apreendido no veículo Gol.
A polícia ainda informa que o roubo do celular que levou à perseguição de carro e o acidente teria sido o primeiro cometido pela dupla naquela data. A delegada revela que até esta segunda-feira (22), nenhum advogado procurou a 13ª Delegacia para defender o indiciado. Por isso, a Defensoria Pública do Estado foi acionada. GZH entrou em contato com o órgão, que confirmou estar atuando no caso, mas que irá se manifestar somente nos autos do processo.