A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (24) três empresários e cumpriu cinco mandados de busca em Curitiba, no Paraná. A ação foi realizada por agentes do Rio Grande do Sul, com apoio de efetivo paranaense. Uma empresa é suspeita de lavar R$ 100 milhões da Unick, empresa que tinha sede no Vale do Sinos e é alvo de investigação por fraude no mercado de moedas virtuais, devendo cerca de R$ 12 bilhões a clientes em todo o Brasil por esquema de pirâmide financeira.
A operação atual é um desdobramento de outra realizada — que teve várias etapas — inicialmente em 2019 no Estado. A superintendência da PF no Estado descobriu que a empresa paranaense, que não teve o nome divulgado, teria realizado operações financeiras irregulares com o dinheiro lavado da Unick, também captou recursos de terceiros sem autorização legal e remeteu para empresas no Exterior.
A ação desta quarta-feira busca identificar o destino das remessas de valores, apreender documentos e verificar se há mais empresas envolvidas. Além das prisões e buscas, houve quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados.
A chamada "Operação Templo da Máscara II" — que é desdobramento da "Operação Lamanai" — foi realizada após ordens judiciais da 7ª Vara Federal, em Porto Alegre. A PF destaca que os três empresários presos pela ocultação de capitais, que também não tiveram os nomes divulgados, prometiam a clientes rendimentos acima dos valores de mercado. O esquema é considerado crime contra o sistema financeiro nacional. A empresa de Curitiba atua no ramo de educação financeira.
Unick
Em relação à Unick, PF e Ministério Público Federal (MPF) sustentam que a empresa de investimentos que tinha sede no Vale do Sinos, deve cerca de R$ 12 bilhões a seus clientes. A movimentação financeira contabilizada da empresa nos últimos anos chega a R$ 28 bilhões. O caso é de suposta fraude envolvendo investimentos no mercado de moedas virtuais.
A primeira etapa da "Operação Lamanai" ocorreu em outubro de 2019, quando foram cumpridos, por cerca de 200 agentes, 10 mandados de prisão e 65 ordens de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Caxias do Sul, Curitiba, Bragança Paulista (SP), Palmas (TO) e Brasília (DF). A PF indiciou 13 pessoas por vários delitos contra o sistema financeiro. Depois de denúncias do MPF, alguns processos judiciais já começaram a tramitar contra acusados na 7ª Vara Federal de Porto Alegre.