Começaram por volta de 10h30min desta terça-feira (12) os debates entre acusação e defesas no júri de três dos dez réus pela morte de Ronei Faleiro Júnior. É o segundo dia do terceiro julgamento desse processo que apura as responsabilidades pelo assassinato do adolescente na saída de uma festa em 1º de agosto de 2015, em Charqueadas, Região Carbonífera. Eles respondem por homicídio, além de três tentativas de homicídio, organização criminosa e corrupção de menores. Outros seis réus já foram julgados em dois júris anteriores e condenados a penas que chegam a 41 anos de prisão.
São julgados Cristian Silveira Sampaio, Jhonata Paulino da Silva Hammes e Matheus Simão Alves.
Três promotores representam o Ministério Público. A promotora de justiça Anahi Gracia de Barreto começou falando nesta terça-feira e pediu a condenação dos réus por todos os crimes. Logo depois, falou o promotor João Cláudio Pizzato Sidou.
— Foi um assassinato brutal de um jovem que tinha muito a contribuir com essa sociedade — disse Sidou.
O vídeo de uma câmera de segurança que registrou as agressões foi mostrado aos jurados. A ação dura pouco mais de dois minutos, quando Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, pai da vítima, consegue sair com o carro do local e fugir dos agressores.
Sidou trouxe depoimentos de testemunhas na fase de instrução do processo. São relatos de pessoas que disseram ter visto Jhonata, Matheus e Cristian na cena do crime.
— Resta muito claro na análise da prova que houve combinação prévia do que aconteceu — diz Sidou sobre o ataque às vítimas.
Na sequência, falou o promotor Eugênio Paes Amorim.
— A situação desses três não é diferente dos três da semana passada — disse Amorim, em referência à condenação no júri anterior.
— Nós temos três criminosos, três assassinos e três mentirosos — acusou o promotor.
Os réus foram interrogados no júri nesta manhã. Cristian e Matheus negaram participação no crime, enquanto Jhonata admitiu a intenção de agredir Richard Saraiva de Almeida — amigo de Ronei Júnior que estava com ele no dia do crime —, mas disse ter apenas tentado, sem sucesso, desferir um soco no rapaz.
Após as falas dos promotores, o julgamento foi para o intervalo, sendo retomado às 14h40min com as defesas, que terão duas horas e meia para manifestação. Depois, poderá haver réplica de duas horas e tréplica de mais duas horas. Na sequência, os jurados se reúnem na chamada sala secreta para dizer se os réus são culpados ou inocentes. Ao final, o juiz profere a sentença.
Matheus é o único dos três que está preso, mas não pelo crime em julgamento. Ele está recolhido ao sistema prisional de forma preventiva por ser suspeito em outro caso de homicídio, que ainda está sob investigação. Os três, no entanto, conseguiram habeas corpus preventivos concedidos pelo desembargador Jayme Weingartner Neto, da 1ª Câmara Criminal do TJ, e não sairão presos do plenário em caso de condenação neste processo.