Está marcado para essa quinta-feira (7), na Câmara de Vereadores de São Sepé, na Região Central, o julgamento de duas rés por um crime brutal. Taiane dos Santos, 29 anos, e Graciela Borba Dutra, 38, são acusadas de homicídio triplamente qualificado pela morte de Bruno Toledo dos Santos, então com 25 anos, em agosto de 2019. O jovem foi encontrado carbonizado no quarto da casa dele.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), o jovem foi atraído até a sua casa por Taiane, com quem teria um relacionamento extraconjugal, na noite de 7 de agosto de 2019. Ela foi até o local no carro dela, acompanhada da amiga Graciela. Segundo a acusação, Taiane desceu do veículo, entrou na residência e, com um galão de gasolina, colocou fogo no corpo de Santos. A amiga teria ficado no carro.
Conforme apontou laudo de necropsia, o jovem morreu carbonizado, ou seja, por ação direta do fogo. O corpo não apresentava nenhuma marca de perfuração ou corte. Também foi constatada fuligem na sua via respiratória. Santos foi encontrado morto no dia seguinte pelo seu irmão. Havia sinais de incêndio apenas no quarto onde o corpo estava.
São três qualificadoras do homicídio: motivo fútil, já que Taiane não aceitava o fim do relacionamento, meio cruel, pela forma como a vítima foi morta, com o emprego de fogo, e também por emboscada, por Taiane ter aproveitado a relação que tinha com a vítima para atraí-la.
O advogado Divor Rittes Bassan representa a família da vítima e atuará junto ao MP na acusação. Ele diz que o desejo é pela condenação das duas rés.
— Iremos sustentar a autoria de ambas as acusadas. A expectativa, o que esperamos dos jurados, é que haja a condenação de ambas, tendo em vista a crueldade do crime — destaca.
Taiane segue presa preventivamente. Ela foi detida quase um mês após o crime. Já Graciela ficou na prisão por 15 dias e responde em liberdade. O MP sustenta na denúncia de que ela sabia da intenção de Taiane e, mesmo assim, a apoiou durante toda a ação. A expectativa é que o julgamento seja concluído na própria quinta-feira (7).
Contrapontos
O que diz a defesa de Taiane dos Santos
O advogado João Marcos Adede y Castro diz que a sua cliente não cometeu o crime.
— O que posso dizer é que a nossa tese é de negativa de autoria. Ela nega ter matado ou ter participado do fato — resume Castro.
O que diz a defesa de Graciela Borba Dutra
A advogada Sharla Rech afirma que Graciela não tinha conhecimento e apenas estava acompanhando a amiga.
— O nosso trabalho vai ser para que a família consiga a verdade processual. De toda forma nos solidarizamos com a perda e a dor dos familiares da vítima. Que ao final desse julgamento a verdade processual apareça e, assim como a família, a Graciela também consiga tirar um pouco desse peso das costas que é responder e viver um processo criminal. A minha cliente era colega de trabalho da Taiane. Dentro da rotina do dia a dia, aceitou ser companhia para a Taiane em um momento de fragilidade. A Graciela foi envolvida em um enredo que não é dela. Ela simplesmente acreditou que seria companhia e acabou se deparando, sem a menor consciência do que poderia acontecer ou da intenção da Taiane — afirma a advogada.