A Polícia Civil deflagrou mais uma operação, na manhã desta quarta-feira (27), e desta vez o alvo foi uma quadrilha especializada em roubar cargas de cigarros na Região Metropolitana. Conforme a investigação, o grupo obtinha informações privilegiadas para cometer os crimes.
Duas motoristas — também alvos da ofensiva — são suspeitas de fornecer vários detalhes de rotas, escoltas, valores, quantidade de produtos e até de simular ataques para repassar diretamente os produtos aos ladrões. Segundo a polícia, elas chegaram a registrar falsas ocorrências em uma delegacia e há pelo menos dois casos já confirmados neste ano.
São 45 agentes que cumprem sete mandados de prisão em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha e Alvorada, além da penitenciária de Osório. O homem apontado como líder do grupo comandava os assaltos de dentro da cadeia e contava com a ajuda da companheira para coordenar as ações e o repasse das mercadorias aos receptadores.
A investigação comprovou que houve pelo menos 14 ocorrências registradas e atribuídas a esses assaltantes. Durante a apuração da Delegacia de Roubo de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), seis suspeitos de integrar a quadrilha foram detidos.
O delegado Alexandre Fleck, responsável pelo caso, destaca que, além do líder, o grupo era dividido entre os ladrões, a companheira do detento que acatava as ordens dadas por ele de dentro da cadeia e as duas motoristas. Até 8h, seis suspeitos haviam sido detidos.
Uma das motoristas, conforme o inquérito, trabalha para a própria indústria que fabrica os cigarros e a outra para uma empresa terceirizada. Fleck diz que ambas foram detidas nos locais de trabalho.
— Temos provas suficientes dos indícios que levam à participação destas duas motoristas e, por isso, a Justiça decretou a prisão preventiva delas, assim como dos demais envolvidos — ressalta.
A investigação do Deic teve início em janeiro deste ano e o líder do grupo, que já estava no sistema prisional, cumpre pena por homicídio. A quadrilha teve pelo menos dois depósitos descobertos e fechados pelo departamento. Fleck ainda destaca que outros roubos de cargas de cigarro devem ser atribuídos a estes ladrões até a conclusão do inquérito policial.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. A operação policial recebeu o nome de Maria Fumaça.