O material encontrado no carro da filha de Rubem Heger, 85 anos, não é sangue humano, conforme indica um laudo da perícia. O idoso desapareceu junto da esposa, Marlene Heger Stafft, 53, no dia 27 de fevereiro. O casal não foi encontrado até o momento. Os dois viviam em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. Prestes a completar dois meses do sumiço, o caso ainda é um mistério para a polícia e familiares.
Como a filha do homem foi a última a ter contato com o casal, ela passou a ser investigada pela polícia. O filho da mulher, neto do aposentado, também é investigado, já que estava com ela na última vez que os dois foram vistos. O carro usado pela filha e pelo neto do homem naquele dia passou por perícia e um exame com luminol detectou a presença de sangue na parte interna. No entanto, o sangue não é do casal, segundo o delegado Anderson Spier:
— O laudo afirma que não é sangue humano. Poderia ser sangue de carne, algo assim, por exemplo. A filha e o neto seguem sendo investigados, de qualquer forma, por eles terem sido os últimos a terem contato com o casal, pelo fato de a filha e o pai terem ficado brigados durante um período anterior, entre outras questões.
Além da perícia no carro, a casa da filha, em Canoas, na Grande Porto Alegre, também passou por análise. O laudo sobre a residência não indicou vestígios de que o casal possa ter estado ali, segundo a polícia.
Naquela ocasião, as equipes apreenderam também outros itens no local, entre eles três celulares, de uso da filha e do neto, um notebook e dois HDs externos, além de um molho de chaves semelhantes aos da moradia do casal. Esses materiais ainda são analisados.
Corpos encontrados em Osório passam por perícia
Dois corpos encontrados em uma área de mata em Osório, no Litoral Norte, na sexta-feira (22), ainda precisam ser identificados. Segundo informações preliminares, seriam de um casal.
— Em princípio, a gente acredita que não tem relação porque, junto a um dos corpos, foi encontrado um documento de identidade em nome de outra pessoa. Como esses corpos estão em estado avançado de decomposição, somente a perícia poderá indicar a identificação deles, e aí teremos a confirmação — afirma o delegado Spier.
Os dois corpos foram localizados em uma área cercada por mato no bairro Santa Luzia, em Osório. A polícia chegou ao local após relatos de moradores. As vítimas tinham marcas de disparos. O caso é investigado pela delegacia de Osório, que tentará esclarecer a autoria e a motivação do crime.
Casal desapareceu em Cachoeirinha
Casados há mais de duas décadas, Rubem e Marlene mantinham rotina conhecida pela família em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. Pouco saíam de casa, em razão das limitações que o aposentado apresentava por sofrer com um enfisema pulmonar. Sem deixar vestígios, os dois desapareceram há quase dois meses.
Em 27 de fevereiro, uma filha de Rubem esteve na residência. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que ela chega ao local, acompanhada do filho. Marlene abre o portão para que eles entrem. Depois disso, não há mais nenhum registro de imagem do casal.
Durante o tempo em que a filha e o neto estiveram na casa, o veículo deles foi estacionado dentro da garagem e colchões foram colocados em frente ao carro, formando uma barreira, que impediu a visualização do que acontecia ali dentro. Em depoimento à polícia, a mulher disse que o pai pediu para que ela colocasse os colchões ali para que arejassem. Segundo a família, os colchões eram novos, ainda embalados.
Depois, ainda naquela tarde, câmeras captam o carro da filha de Rubem deixando a residência, mas não é possível saber se o casal está no automóvel.
Estranhando o sumiço dos dois, familiares foram até a casa, dias depois, e encontraram no local apenas a cachorrinha que o casal tinha, morta no pátio. A causa da morte do animal não chegou a ser identificada. O casal nunca mais foi visto.