Os assaltos a ônibus caíram 33% em Porto Alegre no primeiro trimestre deste ano. A comparação é com os primeiros três meses de 2021, quando foram registrados 30 assaltos a coletivos na Capital. No mesmo período de 2022, foram 20 ocorrências.
Desde a criação da força-tarefa de combate a roubos no transporte coletivo de Porto Alegre, a queda no número de assaltos a ônibus é ainda maior. Entre janeiro e março de 2016, foram registrados 317 roubos no transporte público. Ou seja: Porto Alegre teve 297 assaltos nos coletivos a menos na comparação com o mesmo período seis anos atrás, no auge da onda de violência na Capital.
Em 2018, a força-tarefa virou a Delegacia de Polícia Especializada de Repressão a Roubos em Transporte Coletivo. A inauguração ocorreu no ano seguinte.
— Fizemos um trabalho bastante incisivo para identificar os criminosos da forma mais rápida possível pelas câmeras de ônibus, batendo nas portas dos ônibus, conversando com a comunidade. Realizamos prisões e operações — destaca o delegado Daniel Mendelski, da Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos em Transporte Coletivo.
Conforme Mendelski, os assaltos a passageiros de ônibus têm relação com o tráfico de drogas e a receptação. Em 2019, uma operação no condomínio Princesa Isabel, no bairro Azenha, teve como alvo integrantes de uma quadrilha que realizou dezenas de assaltos a coletivos.
— O roubo a ônibus é para obter dinheiro para drogas ou para pagar dívidas de drogas. Existe ainda a figura do receptador. Dificilmente uma pessoa realiza um roubo para ficar com aquele objeto roubado. Ele vai até o receptador, troca os bens da vítima, em geral celulares, por dinheiro ou até mesmo por drogas — explica o delegado.
Para Daniel Mendelski, a aplicação de penas mais duras aos receptadores poderia desestimular o crime. Atualmente, quem compra, recebe, transporta ou oculta itens furtados ou roubados pode pegar de um a quatro anos de prisão.
O delegado afirma que, mesmo com a queda nos registros, a intenção é manter a vigilância com abordagens policiais e uso das câmeras de segurança nos ônibus para seguir coibindo os roubos.