Um homem morreu e uma criança ficou ferida após um ataque a tiros em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, na tarde desta quarta-feira (23). O crime ocorreu por volta das 15h30min, na Rua do Bosque, próximo ao número 765, no bairro Boa Saúde.
Segundo informações da Brigada Militar, o homem de 39 anos e o neto, de seis, caminhavam pela rua quando um veículo Siena de cor vermelha se aproximou e efetuou pelo menos cinco disparos na direção dos dois. O homem morreu no local e a criança foi encaminhada ao hospital com ferimentos na cintura.
Segundo a assessoria de comunicação do Hospital Municipal de Novo Hamburgo, o menino está no pós-cirúrgico e seu estado de saúde é estável. Até as 21h, ele seguia aguardando transferência para o Hospital de Pronto de Socorro de Porto Alegre.
Vizinhos que testemunharam o crime contam que o avô e o menino estavam em uma carroça e o bisavô, em outra. Eles subiram a ladeira da Rua Jardim e, quando dobraram na Rua do Bosque, foram encurralados pelo atirador, que ainda não foi identificado pela Polícia Civil.
Testemunhas relatam que o veículo teria seguido os carroceiros desde a Rua Pedro Quaresma da Silva, que é mais movimentada, até a Rua do Bosque, que é mais pacata.
De acordo com a BM, o homem que morreu estava preso no regime de monitoramento eletrônico (uso de tornozeleira). Ele tem antecedentes policiais por furto qualificado, lesão corporal, porte ilegal de arma, posse de entorpecentes, recaptura de preso, receptação, roubo a comércio com lesões, roubo a estabelecimento comercial e roubo de veículo.
Conforme a titular da Delegacia de Homicídios e Proteção da Pessoa (DHPP) de Novo Hamburgo, delegada Ariadne Moraes Langanke, as equipes da Polícia Civil seguem nas buscas pelo autor do crime.
Agentes do Instituto- Geral de Perícias (IGP) estiveram no local durante a tarde e concluíram os trabalhos por volta de 18h.
Socorrido por moradora
A cabeleireira Cristina Correia de Andrade, 40 anos, estava em casa quando ouviu disparos de arma de fogo nesta tarde. Quando saiu de casa para verificar a origem do som, deparou com o menino e o avô baleados. Sem pensar duas vezes, ela pegou o seu carro e, com a ajuda de um cliente, levou o menino para o hospital municipal.
Segundo Cristina, o menino não apresentava sangramento, mas tinha pelo menos dois ferimentos, nas costas e na perna. Ela conta que conversou com o menino durante o caminho para evitar que ele dormisse:
— Foi meu instinto de mãe. Não consegui ver ele caído e não fazer nada. Perguntei onde ele estudava, quantos anos ele tinha, e ele foi respondendo. O vizinho que me ajudou a levar disse que ele tinha dois machucados nas costas, mas não na frente, que ele achava que as balas não teriam saído — conta.
Ela conta que deixou a criança na emergência do hospital e pediu que avisassem os familiares.