A Polícia Civil pretende concluir o caso sobre gatos adotados e executados na região noroeste do Rio Grande do Sul na próxima sexta-feira (12). Até este sábado (6), 15 testemunhas foram ouvidas. Apesar de um grupo de ativistas animais ter preparado dossiê a ser entregue à Justiça com mais de 30 casos suspeitos, os integrantes alegam que muitas pessoas tiveram medo de procurar as autoridades devido a supostas ameaças.
O homem confessou adotar gatos pela internet para depois executá-los, por meio de estrangulamento. Ainda não há motivo aparente, e a polícia não descarta pedir um exame psicológico. Houve casos em Catuípe, Cruz Alta, Entre-Ijuís, Santo Augusto, Santo Ângelo, Jóia, Ijuí e até em Santa Maria, na região central.
O diretor da Delegacia Regional de Ijuí, Ricardo Miron, diz que as testemunhas ouvidas são pessoas que encaminharam gatos para adoção e representantes de duas clínicas veterinárias da região. Ele ainda vai realizar mais algumas ações na próxima semana, antes da conclusão do inquérito.
— Se novos casos surgirem antes ou depois do inquérito, todas as pessoas serão acionadas para depor. O objetivo é apurar todos os fatos de maus-tratos na região — explica Miron.
O inquérito está baseado na nova lei federal dos maus-tratos, que prevê prisão e pena de reclusão de até cinco anos. O criminoso responde em liberdade porque não houve flagrante. Apesar disso, no momento da abordagem policial na residência, no mês passado, um filhote de gato foi apreendido. O animal não estava machucado e foi encaminhado para tratamento e já foi adotado.
Sobre outro caso em que um dos gatos adotados pelo homem sobreviveu, Roséli Marasca, integrante de uma ONG de Santo Ângelo, diz que o "Sargento" passou pela segunda cirurgia para colocação de placas e enxerto ósseo em uma das patas. Ele está em recuperação em clínica do noroeste. O animal teve patas e dentes quebrados. Ele foi devolvido pelo investigado à pessoa que encaminhou a adoção, alegando que o gato havia caído de uma escada.
Este caso alertou os ativistas da região, já que o homem estava por trás de outras ocorrências registradas no noroeste. Depois que várias pessoas passaram a desconfiar dele, o investigado chegou a usar perfis fakes nas redes sociais para tentar adotar outros animais.
— Fizemos uma vaquinha online e vendemos pizza para custear os gastos com internação, cirurgias e medicamentos. Estamos conseguindo e o Sargento vai se recuperar — diz Roséli.
Novas denúncias podem ser feitas pelo site da Polícia Civil ou liguem para o telefone 181.