Na madrugada deste sábado (23), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu dois criminosos que estavam atirando pedras em veículos na ponte estaiada da BR-448, na zona norte de Porto Alegre, nas imediações da Arena do Grêmio. Um deles estava armado durante a abordagem. Ambos têm vários antecedentes criminais, sendo que um está cumprindo pena no regime semiaberto e o outro em prisão domiciliar.
Desde junho deste ano, quando a passageira de um carro foi morta na região após o carro ser apedrejado, GZH já contabilizou 14 ataques e oito suspeitos detidos. A BR-290 na Região Metropolitana, incluindo os trechos em que tem entroncamento com a BR-448 e a BR-116, foi responsável por 50% dos chamados feitos à PRF no primeiro semestre do ano devido a ataques com pedras. As autoridades já realizaram várias ações em conjunto para coibir os crimes e desde esta semana, o Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Brigada Militar (BM) intensificou o patrulhamento no entorno da estrada.
Por volta das 3h deste sábado, a PRF foi acionada pelo telefone 191 devido a relatos de que dois homens estavam na ponte estaiada atirando pedras nos veículos que passavam pelo local. Não houve ocorrência de automóveis atingidos, mas os policias se deslocaram para o trecho e abordaram a dupla caminhando, já na descida da ponte para Canoas. Um deles estava armado com um revólver calibre 38 furtado. O homem de 29 anos é de Canoas e está no regime semiaberto, com antecedentes criminais por roubo, ameaça, receptação, dano e tráfico de drogas. O outro homem tem 26 anos e é da mesma cidade e cumpre prisão domiciliar devido a latrocínio que cometeu em 2016 no município. Os nomes não foram divulgados.
A PRF encaminhou os dois para prisão e apreendeu a arma. Segundo a instituição, o objetivo da dupla seria atirar pedras nos veículos para forçar os motoristas a pararem no trecho e, com isso, realizar assaltos. Na entrada da Capital, entre a freeway e a Avenida Castello Branco, em 12 de junho deste ano, Munike Krischke, 45 anos, foi atingida por um paralelepípedo arremessado contra o carro em que era passageira. Ela morreu no dia seguinte. Ainda não foram identificados suspeitos. Foram 14 ataques desde então no local e nas proximidades da Arena.
Ações
Além de quatro ações conjuntas já realizadas desde junho, quando Munike foi morta, o CPC da BM, que participou das fiscalizações, anunciou nesta semana o reforço do patrulhamento no entorno dos viadutos e alças de acesso a pontes. O trabalho já iniciou nesta semana, logo depois de outros três ataques na noite de segunda-feira, mas foi reforçado desde sexta-feira (22). Viaturas do 9º Batalhão e do 11º Batalhão passaram a realizar rondas periódicas no trecho, além de duplas de policiais militares a pé.
Desde junho, foram 14 ataques contabilizados por GZH, sendo um com uma pessoa morta e outro com um condutor ferido. Com as prisões de hoje, o total de pessoas detidas chega a oito no período. Além de suspeitos de tentar realizar assaltos, como os dois homens abordados na madrugada deste sábado, também houve casos de vandalismo. Em julho, dois adolescentes foram apreendidos tocando pedras em carros, também na região da Arena. Eles disseram estar cometendo os atos infracionais por diversão.
Especialistas em segurança e trânsito informam que são duas medidas básicas, além do policiamento, para conter estes crimes: câmeras de monitoramento e grades de proteção. A CCR Via Sul, concessionária que administra o trecho, informa que novas câmeras devem ser instaladas até fevereiro de 2022, inclusive na freeway, que atualmente só tem 10 equipamentos deste tipo em toda a extensão da via, entre a Capital e Osório, no Litoral Norte. Sobre grades de proteção, a empresa informa que não tem previsão de instalação em pontes, mas que a freeway terá novas passarelas em 2023 e todas com este equipamento de proteção.