Agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) da Polícia Civil realizaram em Canoas buscas e apreensões na residência de um casal suspeito de abuso de crianças. A suspeita é que os dois, um advogado e uma empresária, tenham filmado atos sexuais cometidos pelo homem com duas meninas de 10 anos de idade. Nas buscas, que resultaram em computador e celulares apreendidos, ainda não foram confirmadas provas do crime.
Todo o material apreendido está sendo analisado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). Há suspeita de que a mulher tenha engolido o cartão de memória de um dos telefones.
O casal, que também tem um filho de 10 anos de idade, mora num residencial de classe média no bairro Harmonia. Os abusos teriam sido cometidos contra filhas de vizinhos, que residem no mesmo condomínio. As famílias eram até amigas e viajavam juntas.
Uma moradora do prédio, advogada, desconfiou de seguidas crises de pânico demonstradas por sua filha de 10 anos, desde 2019. Após avaliação psicológica foram constatados sinais compatíveis com reação a abuso sexual.
A menina teria relatado, após intensa conversa com os pais, que o abusador seria o vizinho e amigo deles. Um outro morador do prédio também disse que a filha contou, na escola, ter sido abusada pelo advogado.
A revolta entre moradores do residencial foi tão grande que o casal se mudou e precisou de escolta da BM para sair de casa.
O delegado regional da Polícia Civil em Canoas, Mário Souza, diz que aguarda resultado da perícia para ver se pede a prisão preventiva do casal ou não.
— Não houve elemento para prisão em flagrante. Outra possibilidade é que surjam muitas pessoas com queixas de abuso ou violência, aí a prova pode ser testemunhal. Mas é preciso calma e não se pode julgar antecipadamente as pessoas — antecipa o delegado.
A reportagem não menciona os nomes dos suspeitos e das testemunhas, para proteger a identidade das vítimas.