Já passa de 40 horas o combate ao incêndio do prédio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), no centro de Porto Alegre. Extenuados, bombeiros se revezam em turnos para realização de buscas aos dois colegas desaparecidos nos escombros e também para seguir impedindo a propagação de focos de incêndio. Há todo um cuidado para evitar que novas estruturas desabem, já que partes do telhado e paredes caíram.
No total, 17 veículos são utilizados na operação. Um deles é um caminhão com escada para que o bombeiro consiga uma posição melhor para disparar o jato de água. Só que o tamanho desse equipamento não é o ideal, segundo o próprio comandante do 1º Batalhão de Bombeiros Militar e responsável pelas buscas, tenente-coronel Eduardo Estevam Rodrigues.
— Nós temos uma escada com 22 anos de idade em Porto Alegre. Ela tem, no máximo, 30 metros. Hoje temos prédios muito mais altos do que isso. Pelas características de Porto Alegre, que é a cidade mais vertical do Estado, o ideal é uma de 42 metros — explica o oficial.
O tenente-coronel disse que um caminhão com uma escada de tamanho adequado está em processo de aquisição. Conforme o colunista Jocimar Farina, a prefeitura de Porto Alegre concluiu, recentemente, a licitação para compra desse novo veículo. Em julho, ocorreu a homologação do resultado. Falta agora a assinatura do contrato, segundo a Secretaria Municipal de Segurança.
A empresa Iturri, que tem sede em Sevilla, na Espanha, apresentou a melhor proposta. Ela ofereceu entregar um caminhão com escada mecânica acoplada, com no mínimo 42 metros, por R$ 8,5 milhões. Após a assinatura, a empresa tem prazo de um ano e três meses para entregar o novo veículo, que precisa ainda ser fabricado.
Com apenas um caminhão com escada, houve atraso no combate ao incêndio, de acordo com o oficial. Outro veículo semelhante veio de São Leopoldo, mas a escada é ainda menor, e levou mais tempo para chegar ao local.
— Sem dúvida atrasou (o combate ao incêndio). Nós tivemos espaço de uma hora e meia para abrir outra frente de combate ao incêndio — relata o oficial, ao ressaltar, no entanto, que não ocorreu prejuízo ao trabalho, mas um tempo maior de fogo.
Por ainda ter pessoas desaparecidas nos escombros, o trabalho dos bombeiros precisa ser ainda mais cuidado.
— Não podemos vibrar a estrutura, estimular colapso para que preserve o local. Porque sempre temos a esperança e a vontade que os bombeiros estejam com vida — diz Estevam.
Conforme o oficial, ainda há pequenos focos de incêndio que precisam continuar sendo controlados, já que ainda há material combustível, como cadeiras, forros e materiais administrativos. Sobre o efetivo, diz que é o suficiente para uma operação desse porte.