Em depoimento que durou mais de seis horas entre a tarde e a noite desta quinta-feira (15), o cirurgião plástico suspeito de ter cometido crimes sexuais em uma clínica de Porto Alegre negou todas as acusações feitas contra ele. A Polícia Civil já contabiliza 72 relatos de supostas vítimas.
A namorada do médico também foi ouvida nesta quinta-feira. Em postagens em uma rede social, ela estaria ameaçando as supostas vítimas. Segundo a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, titular da 1ª Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher da Capital, as mulheres procuraram a delegacia e registraram boletim de ocorrência relatando essas ameaças.
A operação que apura supostos abusos sexuais praticados pelo cirurgião plástico foi deflagrada na última terça-feira (13), quando a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do médico e na clínica em que ele atende, no bairro Três Figueiras. Em um primeiro momento, a investigação contava com o relato de 12 vítimas.
Segundo a polícia, os relatos indicam crimes contra a dignidade sexual das mulheres, que inclui atos como assédio sexual, importunação e estupro, por exemplo. Em geral, as vítimas afirmam que os casos teriam ocorrido depois de elas terem procurado o profissional para realizar avaliação. O relato mais antigo até o momento é de um caso que teria ocorrido em 2001.
Conforme algumas das vítimas, os abusos teriam sido filmados pelo suspeito. A polícia também pretende fazer comparação de material genético para auxiliar na investigação de estupros. Os policiais ainda apreenderam armas de fogo e estão averiguando a procedência de animais exóticos localizados na residência do médico.
O que diz a defesa
O advogado Gustavo Nagelstein afirmou que irá se manifestar apenas na sexta-feira (16). Ele reiterou que o médico foi ouvido em interrogatório e nega as acusações.
Como fazer denúncias
A Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher da Capital pode ser contatada pelos telefones (51) 98402-2495/98682-9585 ou pelo WhatsApp da Polícia Civil: (51) 98444-0606.
Por que GZH não publica o nome do investigado?
Preservamos a identidade do médico porque ele não foi preso, nem indiciado pela Polícia Civil ou denunciado pelo Ministério Público. Até este momento, ele é tratado como um suspeito.