O homem apontado como autor dos tiros que mataram a jovem Júlia de Mello, 17 anos, em Canoas, em 13 de fevereiro, foi preso na quarta-feira (3) pela Brigada Militar, em Nova Tramandaí, no Litoral Norte. Richard Campanel da Silva Staziacki, 19 anos, estava na rua e foi abordado por policiais militares durante trabalho das rondas covid-19, que busca evitar a circulação de pessoas.
Conforme o delegado Paulo Peres, de Tramandaí, ao identificar Staziacki, os PMs verificaram que existia um mandado de prisão preventiva contra ele. Ele não estava armado e não reagiu à prisão.
Nesta quinta-feira (4), Richard Campanel da Silva Staziacki foi interrogado pela delegada Clarissa Demartini, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Canoas, que investiga o crime.
Conforme a delegada, o jovem confessou o crime. Disse que ao chamar a adolescente para encontrá-lo em Canoas já planejava matá-la. Segundo a policial, o jovem disse que apesar da relação conturbada e de haver medida protetiva, nenhum dos dois respeitava o afastamento e seguiam mantendo contato e encontros. A motivação alegada por Staziacki para o assassinato foi a de ciúme e por achar que Júlia mentia para ele.
A Polícia Civil tinha informações de que ele estava escondido na praia e já havia feito diligências no local. Staziacki será levado inicialmente ao presídio de Osório. Conforme a delegada, as investigações prosseguem. A polícia pretende localizar a arma do crime.
Júlia foi morta a tiros depois de ter ido ao encontro do ex-namorado na noite de 13 de fevereiro. Ela havia saído de casa, em Viamão, dizendo para a mãe que voltaria logo. Conforme testemunhas, a jovem estava em uma festa com duas amigas, em Porto Alegre, quando recebeu o chamado do ex-namorado.
Staziack teria escrito uma frase amorosa para atrair Júlia: “Vem cá meu amor, estou morrendo de saudade de ti”. Ela foi ao encontro dele, no bairro Guajuviras, em Canoas, com outras duas amigas. Uma acabou indo embora, desconfiada da situação. Júlia e uma amiga grávida acabaram baleadas.
A jovem morreu no local. A amiga sobreviveu. Testemunhas apontaram Staziack como autor dos disparos contra Júlia. Ele estaria acompanhado por outro homem, também investigado.
Júlia e Staziack haviam tido um relacionamento tumultuado. Ela tinha sofrido agressões e até 24 de janeiro tinha medida protetiva válida, que proibia o ex-namorado de se aproximar dela. Staziack tem antecedentes policiais por homicídio, tráfico de drogas, roubo, lesão corporal e porte de arma, entre outros.
Para a família de Júlia, a notícia da prisão não amenizou a dor, mas serviu para acreditar que haverá Justiça.
_ Foi feita Justiça. Que ele pague por tudo que fez para minha filha. Saber que ele está preso nos dá um motivo para continuar na luta por outras mulheres. Que isso ajude a mudar a história dessas mulheres que pedem socorro todos os dias _ desabafou Cláudia Cristiane Suttoff, mãe de Júlia.