
A Polícia Civil cumpriu, nesta quarta-feira (18), mandados de busca contra suspeitos de sequestrar um dos sócios da Indeal, em abril deste ano. A empresa do Vale do Sinos é investigada por fraude financeira envolvendo moeda virtuais. Foram identificados três dos cinco envolvidos, sendo um deles, um policial militar da ativa. Apesar de o resgate não ter sido pago, consta na investigação que os criminsos exigiram valores em criptomoedas, o equivalente, na época, a cerca de R$ 2,8 milhões.
O titular da Delegacia de de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado João Paulo de Abreu, diz que, na operação desta quarta, foram apreendidos celulares, notebooks, documentos e arma com registro vencido em residências ou endereços comerciais dos investigados pelo sequestro. As buscas aconteceram em Canoas, Sapucaia do Sul, Porto Alegre e Campo Bom.
O sócio da Indeal foi sequestrado em Novo Hamburgo no dia 29 de abril, por volta de 8h, e liberado por volta das 17h do mesmo dia, em Canoas. O pagamento do resgate não ocorreu, mas o valor pedido foi de 50 bitcoins, moeda virtual e, na época do crime, a quantia foi avaliada no total de R$ 2,8 milhões.
Além do brigadiano, também estaria envolvido no caso de extorsão mediante sequestro um investidor financeiro e um familiar dele. Para a polícia, este fato e o restante da apuração mostraram que os sequestradores seriam pessoas lesadas e ligadas aos participantes de pirâmide financeira desarticulada pela Polícia Federal (PF) em 2019 — na Operação Egypto. O esquema teria lesado em mais de R$ 1,1 bilhão cerca de 23,2 mil clientes da empresa Indeal em vários Estados brasileiros e outros países.
— As investigações apontam que a extorsão mediante sequestro se deu em represália a perda de valores que teriam sido investidos, pelos autores, na empresa, cuja vítima de sequestro era um dos sócios — destaca Abreu.
Atualmente, após indiciamento da PF e de denúncia do Ministério Público Federal, são 15 réus e as audiências de instrução foram marcadas para abril do próximo ano. Os crimes apurados são de operação de uma instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta de instituição financeira, apropriação indébita e lavagem de dinheiro, além de violações da lei de valores mobiliários.