A Polícia Federal e a Inspeção do Trabalho no Rio Grande do Sul realizaram na manhã desta quinta-feira (29) uma operação de combate ao trabalho escravo no Vale do Sinos. A Operação Alforria foi deflagrada nos municípios de Dois Irmãos e Morro Reuter após denúncia do Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (Cami), indicando que um cidadão da Venezuela estaria sendo submetido a trabalhos forçados e à jornada exaustiva.
Na ação, foi localizado um migrante venezuelano que trabalhava em uma propriedade rural em Morro Reuter. Conforme investigação da PF, o homem trabalhava nos três turnos, sem receber salário, na construção de um galpão da localidade, alimentando animais e, à noite, como vigilante.
Em depoimento, o homem relatou ter sofrido ameaças e agressões do proprietário do local. Ele também indicou outros dois venezuelanos que estariam trabalhando em condições análogas a escravo.
Ao longo da manhã, a PF localizou, na mesma propriedade rural, os dois migrantes — que estão prestando depoimento. Depois, o grupo será levado a um local de apoio indicado pelo Ministério do Trabalho.
No começo da tarde desta quinta-feira, a Polícia Federal divulgou que um homem brasileiro também havia sido localizado na propriedade, submetido a trabalhos forçados. No entanto, após depoimento e investigação, foi constatado que a situação trabalhista dele estava legalizada.
Conforme a PF, a ação realizada tem por objetivo a coleta de provas para a instrução do inquérito policial, a identificação de outras vítimas, o resgate de trabalhadores e a autuação administrativa do proprietário do local. Até o momento, ninguém foi preso.