O traficante Fabrício Santos da Silva, o Nenê, 37 anos, chegou a Porto Alegre no começo da tarde desta quinta-feira (6) em um avião Caravan, da Coordenação de Aviação Operacional da Polícia Federal (PF), trazido de Foz do Iguaçu. Nenê foi capturado em um condomínio de luxo na região metropolitana de Ciudad del Este, na fronteira do Paraguai com o Brasil, na terça-feira (4).
A prisão, executada por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, teve como base informações da PF gaúcha, por meio de acordo de Cooperação Policial Internacional. Os policiais paraguaios monitoraram por cerca de uma semana o imóvel para tentar confirmar se o traficante estava no local, mas, no período, ele nunca saiu da casa.
Por questões de segurança, a Polícia Federal não informou para qual prisão ele seria levado, mas GaúchaZH apurou que o destino do criminoso foi a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Autoridades estaduais estudam a possibilidade de enviá-lo, posteriormente, a um presídio federal fora do Rio Grande do Sul.
Nenê havia sido beneficiado com prisão domiciliar por causa da pandemia de covid-19, por integrar o grupo de risco da doença, e fugiu em 1º de junho, depois de romper a tornozeleira eletrônica.
GaúchaZH apurou que a fuga do traficante ocorreu um dia antes de ser expedido mandado contra ele revogando a prisão domiciliar. Desde a concessão do benefício, ocorrida em março, o Ministério Público (MP) estava recorrendo em função da periculosidade de Nenê — cujas penas somam 71 anos de condenação.
Em 26 de junho, o MP obteve decisão favorável no Tribunal de Justiça. Até ocorreram os trâmites, a decisão chegar à Vara de Execuções Criminais (VEC) e ser expedido novo mandado de prisão, Nenê escapou — ele rompeu a tornozeleira em 1º de junho, e o documento determinando o retorno ao regime fechado tem data de 2 de junho.
— Ele ficou neste período, provavelmente, preparado a fuga. Monitorando nossos pedidos e decisões e preparando tudo. Ele sabia que em algum momento teria que voltar ao regime fechado — destacou o coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Segurança Pública do Ministério Público, promotor Luciano Vaccaro.