Prestes a ter uma decisão judicial sobre a situação do maior presídio do Estado, interditado há quase 15 dias devido a três casos confirmados por contaminação pelo coronavírus, o número de detentos infectados no Presídio Central aumentou para 36 nesse período. A direção da cadeia, na zona leste de Porto Alegre, confirma a informação e ressalta que todos os presos foram medicados e isolados.
O primeiro caso de covid-19 foi diagnosticado dia 16 de julho e desde lá, apesar dos esforços da Brigada Militar — que administra a casa prisional —, houve mais 35 pessoas infectadas. Para o tenente-coronel Carlos Magno, diretor do local, os casos estão controlados e também foi apresentado ao Poder Judiciário um plano de contenção para evitar mais contágios pelo vírus. Por enquanto, não há ingresso de presos e a movimentação interna foi suspensa.
Enquanto isso, a Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre deve decidir até terça-feira (4) se a cadeia seguirá interditada ou não. O prazo inicial estabelecido foi de 15 dias. A juíza Sonáli da Cruz Zluhan, responsável pela decisão, diz que está avaliando com todo o cuidado o fato porque, apesar do plano de contenção, um surto maior no Presídio Central pode causar um grande problema para os hospitais da região que já atendem uma enorme demanda. A interdição da cadeia também sobrecarrega outros presídios, centros de triagem e delegacias de polícia.
A Cadeia Pública de Porto Alegre (novo nome dado ao local) foi projetada para 1,8 mil presos, mas abriga cerca de 4,1 mil. Não houve registro de óbitos por covid-19 no presídio.