Morta com tiros na cabeça dentro do quarto em Gravataí, Vitória Dias Dutra, 17 anos, rompeu um relacionamento virtual dias antes de ser assassinada. A Polícia Civil investiga se há relação entre o término do namoro e a execução da garota na Região Metropolitana na noite do último domingo (2).
— Ainda não formamos plena convicção, mas caminhamos para um feminicídio. Não conseguimos ouvir os familiares pois estão muito abalados. Estamos agendando as oitivas e pretendemos confirmar nossas suspeitas. Queremos saber se o término do relacionamento virtual desencadeou essa ação — afirma o titular da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Eduardo Amaral.
Caso a linha de investigação se confirme, o caso será encaminhado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Gravataí. A polícia já tem o suspeito da execução identificado. Por volta das 22h de domingo, um homem armado teria invadido a casa da vítima com uma máscara, simulando que estava fugindo de alguém. Vitória estava no quarto. De acordo com o delegado, o suspeito colocou os familiares da adolescente em um cômodo e executou a garota em outro, com disparos de revólver no rosto.
A garota morava com a mãe, os avós e os quatro irmãos no loteamento Princesa e estudava na Escola Estadual de Ensino Médio Carlos Bina. Uma amiga, que prefere não se identificar, conta que conversou com Vitória um dia antes do assassinato, no sábado (1º). Segundo ela, a adolescente estava tranquila e não aparentava temer um ato violento:
— Era uma guria que queria fazer logo 18 anos para trabalhar, ajudar a mãe e comprar as próprias coisas. Queria ser independente. Tinha 17 anos mas tinha uma cabeça focada, pensamento mais adulto, mais maduro. Quando soube o que aconteceu entrei em choque.
Filha mais velha, ajudava a mãe a cuidar dos irmãos e era apegada à mãe. De acordo com a amiga, era uma adolescente caseira, prestativa e querida pela vizinhança:
— A mãe esteve hospitalizada recentemente e ela se dedicou bastante nos cuidados.