A gaúcha Daiane Pelegrini, 33 anos, foi assassinada na segunda-feira (3) em sua casa em Sydney, na Austrália. Segundo a irmã da vítima, Gisele Pelegrini, 39 anos, o principal suspeito do crime é um homem com o quem Daiane estava se relacionado. A polícia australiana informou ao site de notícias ABC News que Daiane foi morta a facadas. Ela foi levada para o Hospital Westmead, mas não resistiu.
De acordo com o ABC News, o homem de 25 anos aguardava a polícia na varanda da casa, onde foi preso. Gisele afirma que o corpo de Daiane não foi liberado e o local do crime segue interditado para perícias. O assassinato ocorreu no final da tarde de segunda-feira (horário da Austrália) e a família da gaúcha foi informada horas depois pelo ex-marido da vítima.
Daiane é natural de Lajeado, no Vale do Taquari, e morava fora do país desde 2016. Com o então marido e a família, mudou-se para a Austrália para estudar Enfermagem. Desde janeiro, estava separada do companheiro e morava com a filha, de sete anos. Para a família, Daiane não havia falado sobre o envolvimento com o homem que é suspeito do crime.
— Ela saiu algumas vezes com ele e havia pedido para se afastar. Não ligar mais pois ela estava pensando em reatar com o marido. E ele não aceitou. Eles não tinham um relacionamento. E ela e o marido estavam se reaproximando — afirma Gisele.
De acordo com a irmã, Daiane disse a uma amiga do Brasil que teria registrado boletim de ocorrência contra o suspeito pois estava sendo perseguida:
— Ela contou para esta amiga que o cara andava seguindo ela. Vigiando. Chegou a ir na polícia. Ela já vinha assustada.
Daiane era estudante de Enfermagem na Western Sydney University e se formaria em dois anos. Também trabalhava como cuidadora. Antes de ir morar fora, viveu em Porto Alegre com o ex-marido e a filha, quando estudou inglês por dois anos.
— Minha irmã estava muito feliz, viajava bastante, conhecia muitos lugares. Sempre gostou muito de praia. No final de semana anterior, estava em um resort com a filha. Adorava levar a menina para lugares com água. A ideia dela era não voltar mais para o Brasil pois sempre achou a Austrália mais segura.
A última vez em que esteve no Brasil foi há três anos, para o enterro da mãe. Mesmo com a distância, Gisele afirma que Daiane mantinha contato diário com a família por ligações e videochamadas:
— Ela fazia questão que a filha não perdesse o vínculo conosco e pudesse falar português com a gente. Estamos destruídos, inconformados. A forma como aconteceu foi muito cruel. Não esperávamos algo assim.
Caçula de três irmãos, Daiane nasceu e cresceu em Lajeado mas saiu de casa ainda na adolescência. Aos 15 anos foi trabalhar em Caxias do Sul e depois viveu na Capital:
— Sempre foi muito destemida, sonhadora, nunca se contentou com pouco. Sempre quis mais, sonhava em morar em um lugar mais seguro para criar a filha. Embora fosse o nosso xodó, sempre foi independente e nós apoiamos tudo que ela quis fazer. Tinha muitos sonhos.
A família ainda não decidiu, mas avalia permitir que o corpo de Daiane seja velado e enterrado em Sydney para ficar perto do local onde a filha vive.