O goleiro Bruno Fernandes, 35 anos, condenado a mais 20 anos de prisão por envolvimento na morte de Eliza Samúdio, falou sobre o caso que completa uma década neste ano. Em entrevista ao jornal O Tempo, de Belo Horizonte, o jogador — atualmente em regime domiciliar — nega ter sido o mandante do crime e inocenta o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de participação no assassinato.
Bola foi condenado a 22 anos de prisão pela autoria do crime e ocultação de cadáver. Para Bruno, contudo, o ex-policial "caiu de paraquedas" no processo.
— Até que me provem o contrário, para mim, o Bola é inocente. Nesse caso, ele é. Quero avaliar a prova que liga o Bola a esse assunto. Não tem. Foi muito mais naquela época lá, que tinha que condenar, quando o Macarrão falou no júri que o "Bruno agora é o mandante, agora fecha. O Bola é o executor". Tá, ele é o executor. Prova isso. Prova também que eu sou o mandante. (...) Não conheço ele de lugar nenhum, nunca vi o Bola na minha vida. Todos os amigos que eu tinha eu sempre registrei, sempre estiveram nas minhas fotos, uns conhecem os outros, mas o Bola não conheço. A meu ver, pelo que eu já ouvi de história, é muito mais perseguição do que ele nesse caso — declarou.
Para o goleiro, Bola teria sido indiciado no crime em razão de uma rixa que tinha com o delegado responsável pelo caso, Edson Moreira. Procurado por O Tempo, o delegado nega qualquer desavença com o ex-policial.
Bruno também afirmou que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, seu ex-braço-direito, é a chave para desvendar o caso. Macarrão foi condenado a 15 anos de prisão pelo homicídio, além de pegar três anos em regime aberto pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela.
— Acho que ele deve isso para a sociedade. Se ele foi a última pessoa a estar com a Eliza, por que ele não fala onde ela está então? Fala o que aconteceu realmente com ela. Não o que ele falou lá no júri, porque o júri é mentira — disse.
Eliza Samudio desapareceu em 2010. O corpo ou os restos mortais dela nunca foram encontrados.
A Justiça concluiu que Macarrão e Bruno, na época titular do Flamengo, eram responsáveis pela morte. A modelo teve um filho com o jogador, que não reconhecia a paternidade da criança.