Além de atacarem um banco e explodirem um caixa eletrônico em Segredo, no Vale do Rio Pardo, criminosos também fizeram um morador refém durante a ação ocorrida na madrugada desta sexta-feira (6). A informação foi confirmada pela Brigada Militar e Polícia Civil após o crime, que foi o segundo do tipo durante a madrugada — mais cedo, sete criminosos foram mortos em confronto após ataque a banco em Paraí, na Serra.
Conforme a BM, o homem, que mora perto do local, saiu de casa ao ouvir o barulho da explosão. Quando foi visto pelos criminosos, levou uma coronhada na cabeça e foi mantido preso durante toda a ação, assistindo a parte do ataque. Segundo relato informal, ele avistou os bandidos saindo do local com algum objeto — a expectativa é de que ele preste depoimento ao longo do dia.
O grupo, formado por cinco pessoas — de acordo com relatos de moradores —, quebrou os vidros da única agência do Banrisul da cidade e explodiu um caixa eletrônico. O terminal ficou destruído, e as paredes ficaram manchadas de tinta devido ao equipamento antifurto que mancha as notas em caso de roubo. Inicialmente, a BM havia informado que as cédulas provavelmente haviam sido queimadas, mas a polícia acredita que o dinheiro tenha sido levado.
— Tudo indica que o dinheiro foi levado, mas é possível que as notas estejam pintadas ou chamuscadas. Por isso é importante que a população faça denúncias se avistar estas cédulas — afirma o delegado João Paulo de Abreu, responsável por este caso e pelo ataque a banco em Paraí.
O número de telefone para denúncias é 0800 510 2828. Uma equipe da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) está no local, assim como a perícia. Segundo Abreu, não há relação entre este ataque e o ocorrido na Serra. Já há suspeitos para o crime, e câmeras de segurança do entorno poderão ajudar na investigação.
Conforme a Polícia Civil da cidade, os criminosos estavam encapuzados e usavam luvas cirúrgicas. Alguns deles portavam armas longas. Um morador que vive perto do local contou à reportagem de GaúchaZH que a explosão foi intensa:
— Foram duas explosões muito fortes. Eu cheguei a acordar para ver o que era. A gente que mora perto dos bancos já sabe o que pode acontecer. Em 2005, a mesma agência já tinha sido assaltada e, daquela vez, foram mais de cem tiros. O que pude perceber é que estavam encapuzados e fortemente armados — relata o homem, que prefere não se identificar.
Buscas
A Brigada Militar segue mobilizada para tentar encontrar os criminosos. Até a manhã desta sexta-feira, ninguém havia sido preso.
Policiais militares de toda a região fazem cerco, abordam veículos e realizam buscas em matagal. A ação é feita em Segredo, Arroio do Tigre, Passa Sete, Sobradinho e Lagoão.
— São áreas de difícil acesso, com muito mato e corredores entre as propriedades. Por isso é difícil fazer esta varredura. Mas vamos permanecer com a ação até quando for necessário — garante o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Giovani Moresco.
O setor de inteligência da Brigada Militar não recebeu a informação de que poderia ocorrer um ataque em Segredo. Havia suspeita de que pudessem ocorrer crimes do tipo em diferentes áreas do Estado, inclusive a Serra, para onde foi parte do efetivo.
— Chegaram de surpresa — resume Moresco.
A informação inicial é de que os bandidos fugiram em dois carros — uma Suzuki Vitara e outro ainda não identificado.