A reação da Brigada Militar ao crime organizado que atacou em Paraí não é fruto de ação intempestiva ou golpe de sorte. O trabalho dos policiais tem método, informações de inteligência e muito planejamento.
Em novembro do ano passado, quando assumiu o comando da Brigada Militar, o coronel Rodrigo Mohr fez a promessa de acabar com os ataques a banco no Rio Grande do Sul. Como? Com força, organização e trabalho de apuração de informações para, de antemão, combater bandos que atacam agências no Interior.
No QG do Batalhão de Choque, em Porto Alegre, o Bope, a elite da BM, trabalha no rastreamento de informações que possam levar a este tipo de ataque. Os passos de notórios criminosos, dentro e fora das cadeias, são monitorados. É estudando o perfil de cada um deles — são centenas — que podem dar informações que levem a ações preventivas para anular o trabalho de quadrilhas.
A BM vinha monitorando um destes bandos há exatamente um ano. No mês passado, três assaltantes de bancos foram mortos em confronto em Estrela, no Vale do Taquari.
Na mesma ação, quatro assaltantes foram presos. Eles teriam ligação com uma quadrilha que planejava atacar na Serra. O mentor do grupo é um velho conhecido das polícias que está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. Desde então, a inteligência da Brigada Militar manteve o radar ligado.
A ofensiva da BM foi batizada de Operação Angico, uma referência ao local onde Lampião e seu bando foram emboscados, de madrugada quando se preparavam para um novo dia de ataques. Não foi diferente aqui.
Em Paraí, de madrugada, brigadianos armaram o cerco sem dar chance de fuga. Os sete bandidos não se entregaram e acabaram abatidos.