
A Polícia Civil cumpriu, na manhã desta sexta-feira (10), seis mandados de busca e quatro de prisão temporária em Imbé, no Litoral Norte, em investigação sobre a morte do engenheiro Alexandre de Oliveira Brito, 58 anos, cujo corpo foi encontrado carbonizado às margens de uma rodovia em Cidreira, em novembro do ano passado.
Dois homens foram detidos na operação desta sexta e um durante a apuração. Um quarto suspeito é apenado do sistema prisional. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela polícia.
Conforme a investigação, um homem mantinha contato com Brito, e os dois marcaram um encontro no dia 9 de novembro. Contudo, a situação teria sido feita para extorquir o engenheiro.
O homem então teria revelado que se tratava de um crime e passou a exigir mais dinheiro. Como não conseguiu, teria acionado um cúmplice para matar a vítima.
De acordo com o delegado Antônio Ractz, o engenheiro foi amordaçado, espancado e levado no próprio carro, inconsciente, até as margens da RS-786, em Cidreira. No local, Brito foi queimado vivo.
No dia seguinte, 9 de novembro de 2019, o celular do engenheiro foi habilitado por um receptador em Tramandaí. Já a caminhonete dele foi flagrada em imagens de câmeras de segurança trafegando pela BR-101, em Araranguá, Santa Catarina.
Ractz destaca que os presos na operação são os dois apontados como assassinos, além do homem que levou o veículo até o Estado vizinho. Já o detento foi incluído na apuração por ter intermediado, de dentro da cadeia, a destinação da caminhonete roubada do engenheiro — ele já era investigado por encomendar roubos de carros para encaminhá-los a cidades catarinenses.

— Foi tudo organizado. Além disso, vamos responsabilizar quem comprou o telefone e, futuramente, assim que identificarmos, também quem comprou o carro. A caminhonete ainda não foi localizada — ressalta Ractz.
A polícia também apurou que os suspeitos tentaram fazer saques em uma das contas bancárias do engenheiro, mas não conseguiram.
O delegado investiga, inicialmente, os crimes de extorsão e de homicídio duplamente qualificado. Ele diz que também vai enquadrar os suspeitos por ocultação de cadáver, receptação e associação criminosa.