O Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluiu exame de DNA solicitado pela Polícia Civil e verificou que o corpo encontrado em Cidreira é compatível com o de um filho do pai do engenheiro Alexandre de Oliveira Brito, 58 anos, desaparecido desde 9 de novembro. Três irmãos do morador de Imbé também coletaram material genético para o exame. O laudo apontou que o corpo é de um familiar deles.
Brito despareceu em Imbé no mesmo dia em que o cadáver carbonizado foi encontrado às margens da RS-786, em Cidreira. Para o delegado Antônio Ractz, o laudo pericial, que indica que o corpo é de um familiar do pai e dos irmãos de Brito, é suficiente para confirmar que trata-se do engenheiro. A família vai solicitar à Justiça autorização para realizar o sepultamento. Na terça-feira (17) o corpo foi enterrado como indigente em Tramandaí.
— Agora, os nossos sobrinhos, que são advogados, entraram com a documentação necessária. Estamos aguardando. Queremos dar um enterro com dignidade para o meu irmão, como ele merece. Queremos que ele fique junto a minha mãe — conta a irmã de Brito, Rossana Maria de Oliveira Brito.
Segundo as novas normas, o IGP apenas precisa identificar que o cadáver possui vínculo com alguma das pessoas que forneceram o material para a perícia para que o corpo seja liberado. Antes, era necessário identificar o corpo, o que só seria possível se um filho de Brito doasse material genético, mas ele não possuía nenhum.
Para Ractz, foi necessário unir a apuração policial com a perícia para confirmar que a vítima que desapareceu em Imbé foi assassinada e teve o corpo abandonado às margens da RS-786 em Cidreira.
— O DNA fala que é o material genético é compatível com o pais e com os três irmãos. Como a família não tem outra pessoa desaparecida, aliado que altura e estrutura do corpo são idênticas, concluímos que é a mesma pessoa. Cabe a nós agora ir atrás dos criminosos — explica Ractz.
A polícia já analisou dados telefônicos e agora começa a verificar dados bancários da vítima. O crime pode ter sido um homicídio ou um latrocínio, ou seja, nenhuma hipótese é descartada. Imagens de câmeras de segurança mostram que o veículo de Brito foi visto um dia depois do desaparecimento dele em Araranguá, Santa Catarina.
Sobre o fato do corpo ter sido enterrado como indigente, o IGP destaca que está apurando o fato, mas que uma instrução normativa permite medidas deste tipo a partir de 15 dias em casos quando não há identificação ou reclamação por parte de familiares e amigos. O cadáver enterrado ficou mais do que duas semanas no Departamento Médico Legal e foi sepultado de forma individual em local com identificação. Devido a isso, o IGP procurou a família de Brito nesta quinta-feira (19) e solicitou documentação e informações necessárias para uma autorização judicial sobre retirada do corpo em Tramandaí.