A data do primeiro julgamento pelo incêndio na Boate Kiss foi definida pela Justiça nesta quinta -feira (16). Em 16 de março, em Santa Maria, serão julgados três dos quatro réus: Mauro Hoffmann, empresário e sócio da boate, Marcelo Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha, ajudante do grupo. O incêndio matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos.
A decisão é do juiz Ulysses Fonseca Louzada, titular da 1ª Vara Criminal da comarca do município.
O júri será realizado no Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a partir das 10h.
O quarto réu, Elisandro Spohr (conhecido como Kiko), empresário e sócio da boate, será julgado na comarca de Porto Alegre, ainda sem data definida. Em dezembro, o Tribunal de Justiça (TJ) do RS decidiu pelo julgamento dele em separado dos demais, e na Capital.
Mudanças nos julgamentos
Em outubro, o juiz Louzada havia definido que os quatro réus seriam julgados em dupla em dois júris, marcados inicialmente para março e abril de 2020, em Santa Maria.
No entanto, em dezembro, o TJ definiu que Elisandro Spohr será julgado individualmente em Porte Alegre. O pedido de desaforamento foi feito pela defesa do empresário. O advogado Jader Marques informou que o objetivo é que o cliente tenha segurança, evitando possíveis tumultos, e também para garantir total imparcialidade do julgamento. A decisão do TJ também negou o julgamento em separado dos outros três réus.
A determinação para que o julgamento de Spohr seja feito na Capital foi recebida com surpresa pelos familiares de vítimas e definida como uma "decepção" para o presidente da Associação de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio da Silva.
— Uma grande decepção. Até nós esperávamos que fosse mantido os dois júris, mas jamais acreditamos que o tribunal fosse decidir a favor desse desaforamento. Essa justificativa apresentada pela defesa e aceita pelo Tribunal de Justiça é indigesta. Mas vamos seguir lutando, já lutamos há quase sete anos sentindo esse gosto amargo da injustiça pela demora para o julgamento — disse.